domingo, outubro 29, 2006

E mesmo não chovendo hoje,...

Não fiz parte do grupo que foi passear, aproveitando o bom tempo.
Não fui até à praia nem passeei o meu cão pelo jardim.
Não tomei café na esplanada nem lanchei a olhar para o horizonte.
Não vesti manga curta nem dispensei o casaco.
Não ignorei as castanhas nem comprei um gelado.
Na verdade, nestes meses, sinto-me demasiado comprometida com o Inverno para o conseguir trair com um Sol de pouca dura.

Só porque estava inspirada

O ego é uma coisa terrível, principalmente quando cego.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Espelho meu, espelho meu, haverá carrinho mais bonito do que o meu?

Não consigo perceber as pessoas que optam por utilizar carro próprio em detrimento dos transportes públicos.
Saberão estes indivíduos o que andam a perder?!
Já contei, em posts anteriores, algumas das minhas aventuras nos autocarros, porém, hoje quero chegar à população que ainda não percebeu o encanto que se vive, quer nas paragens, quer nos transportes propriamente ditos.
Para começar, se costuma sentir-se ignorada ou isolada, então as paragens são o lugar ideal para si. Facilmente terá uma velhota a perguntar-lhe se já passou o 738 para, passados dois minutos, saber que a dita tem 5 netos, mora na Ajuda e adora comer “bacalhau com todos”. Muitas relações sociais se estabeleceram assim, portanto, aproveite e crie a sua.
Como a chuva está aí, poderá testar a sua capacidade de manobra ao tentar segurar o passe, uma mala, um saco, alguns cadernos e um chapéu de chuva enquanto tenta entrar no autocarro. As possibilidades de algo correr mal são infinitas, daí a importância de ter dado conversa à velhota do parágrafo anterior, pois ela tratará de a ajudar caso necessário.
Presumindo que terá lugar sentada, poderá ter um vizinho de cadeira cheio de sono que tende a encostar a cabeça ao seu ombro, um leitor obsessivo, alguém alérgico ao banho ou até um ouvinte de mp3 a altos berros. Quer tenha ao seu lado o príncipe de Espanha ou o Tino de Rans, terá de se aguentar à bronca, pois nada de bom acontece a quem troca de lugar. Existem histórias aterradoras sobre o assunto.
Nos dias mais movimentados poderá assistir a Wrestling, ao vivo, com a vantagem de perceber tudo, mesmo que não saiba inglês, e de não precisar pagar bilhete. Tal como na TV, os motivos para que a luta se desencadeie são mal explicados e ridículos, podendo ir de uma competição por um lugar até uma ultrapassagem na fila.
O factor surpresa também deve aqui ser referido. Quando entramos num autocarro nunca sabemos o que iremos encontrar. Tanto pode ser um cheiro a peixe podre como um intenso perfume dos 300. Na verdade, o que interessa é surpreender e testar a nossa capacidade de suportar todo o género de cheiros que existem na cidade de Lisboa.
Para terminar, parará várias vezes no caminho até chegar ao local onde deseja sair. Esta situação ajuda no desenvolvimento da paciência, no saber que para chegar ao destino é preciso passar por vários obstáculos antes. Como podem ver, até lições de vida se aprendem neste meio.
Agora digam-me, para quê ter carro próprio?!

Os porquês do dia,....

Porque, ás vezes, para se perder alguém não é preciso que este morra. Frequentemente basta que se transformem noutras personalidades, noutros seres desconhecidos, dos quais não pretendemos sequer chegar perto.
Porque, ás vezes, para nos magoarem não precisam de nos bater. É suficiente que soltem palavras cortantes, mordazes, infelizes e injustas.
Porque, ás vezes, quem nos magoa é simultaneamente quem mais nos ama. Porque a nossa dor é reflectida numa proporção igual ao amor que sentimos.
Porque, perante tudo isto, não adianta desistir, colocar o olhar no chão e fingir que nada se passa.
Quanto a mim, a maior coragem está em quem mantém o olhar fixo e, mesmo assim, consegue encarar quem à sua frente se interpõe.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Fernando Pessoa


"Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

terça-feira, outubro 24, 2006

"No irritating allowed"

segunda-feira, outubro 23, 2006

Minha fofinha, já falaste com o teu pitchuchinho hoje??

Em que medida os diminutivos amorosos são uma forma de arte?
Se repararmos bem, nem todas as pessoas possuem facilidade em atribuir nomes carinhosos e privados às suas caras-metade. Quem passou meia vida a gozar com os “fofinhas” e “pitchuchinhos” alheios, que fará quando chegar a sua vez na fila da personalização carinhosa?!
Será que os namorados/as perceberão a boa vontade do outro quando ouvem um “palerminha”, ou qualquer outra ofensa em forma de diminutivo, como uma tentativa de ser carinhoso? Será que aqui a boa intenção não conta?!
Precisarão as pessoas inexperientes, neste género de manifestação amorosa, de uma lista universal que possua os nomes preferidos da maioria das pessoas? Ou dever-se-á arriscar com palavras como porquinha, porque a pele dela é rosada, ou crocodilinho porque a boca dele é enorme, correndo o risco de terminar um relacionamento porque a capacidade na atribuição de nomes carinhosos não foi adquirida no passado?
Até agora só aprendi um dos truques deste mundo, que consiste no simples gesto de acrescentar um “inho” ao final da palavra que se escolheu. Portanto, acho que sabendo isto, resta apenas um problema, o de escolher o nome.
A escolha da tão ambicionada alcunha não é tão fácil quanto parece. Os mais corajosos confessam a dificuldade que foi essa busca, alguns até começam a contar essa história com as palavras “um dia tive uma visão,...”.
Quanto a mim, posso confessar claramente o meu problema: não encontro a palavra perfeita. Muitos passaram na nossa vida e, para esses, as palavras simples e escolhidas ao acaso bastavam, porém, a certa altura, chega alguém indefinível o que nos vem complicar uma tarefa já de si difícil.
Até agora a minha busca continua e acho que, pelo sim, pelo não, vou começando a procurar a existência da tal lista,...

domingo, outubro 22, 2006

E este ano o Natal começou (ainda) mais cedo


Estamos no final de Outubro e, se repararem, algumas lojas já apregoam o Natal.
Se por um lado me indigna este começar precoce da época natalícia, por outro, adoro ver os enfeites que são exibidos ostensivamente nas montras, onde os dourados e vermelhos predominam.
O encanto que sentia por esta época não desapareceu com o passar dos anos, apenas se modificou. Deixei de acreditar no Pai Natal, de pedir brinquedos e ver os desenhos animados exibidos a propósito. Hoje, encanto-me pelas ruas iluminadas, pelas janelas através das quais se vêem árvores enfeitadas e pelo tempo frio e chuvoso.
Confesso que estas coisas me apelam ao sentimento, fazendo-me imaginar uma família construída por mim.
Digam o que disserem o Natal apela a algo bonito. Durante um mês andamos pelas ruas a sorrir e não perdemos, tão facilmente, a cabeça com as inutilidades do costume.
Por um mês somos pessoas melhores.
Por um mês seremos todos o Pai Natal de alguém.

sábado, outubro 21, 2006

Trespassa-se vizinho barulhento, bêbado e violento. Fazemos facilidades no pagamento.

Acabei de me aperceber de que possuo instintos assassinos em relação ao meu vizinho ucraniano. Reparem, eu não tenho nada contra os ucranianos em geral, tenho apenas contra este em particular.
Aos fins de semana embebeda-se, chama os amigos e põe música da sua terra num volume capaz de se ouvir na sua casa, na Ucrânia. Durante a semana, continua bêbado e desata aos berros para o meu cão, que gosta tanto dele quanto eu.
Agora, a questão que me atormenta é: onde está o SEF quando mais precisamos dele?!

Paulo Setúbal - Só tu

Porque o que fica apenas na imaginação é sempre perfeito.


"Dos lábios que me beijaram,
Dos braços que me abraçaram
Já não me lembro, nem sei...
São tantas as que me amaram!
São tantas as que eu amei!
Mas tu - que rude contraste!
Tu, que jamais me beijaste,
Tu, que jamais abracei,
Só tu, nestalma, ficaste,
De todas as que eu amei. "

"Para sempre" é só uma canção dos Xutos?!

Numa sociedade em que, cada vez mais, somos ensinados a ser cínicos desde tenra idade, começa a tornar-se complicado que acreditem em nós, mesmo quando somos totalmente sinceros.
Hoje, os nossos corações estão receosos e a fé nos sentimentos é constantemente arrasada pelo peso do passado.
Cada vez acreditamos menos na possibilidade do amor, do que ele pode ser, em toda a potencial felicidade que poderá trazer consigo. Preferimos crer num presente agradável a imaginar um futuro feliz.
Com o tempo, penso que a maioria de nós vai aprendendo que o “menos é mais” em termos de promessas apalavradas. Andamos a precisar de garantias, até no amor, pois deixou de nos bastar o que o outro diz. Decepcionaram-nos antes, porque agora será diferente?!
Talvez tenhamos de resistir à vontade de dizer que será para sempre, mesmo que sintamos isso até na profundidade da nossa pele. Talvez todos tenhamos estranhas defesas acerca dessa palavra, adoptando uma postura de compreensão e raciocínio puro quando a ouvimos. Em boa verdade, poderemos assegurar que iremos amar para sempre alguém? Neste assunto, garantias é coisa não existe, porém, se é crença apenas no seguro que desejamos, não deveríamos todos andar a procurar fórmulas matemáticas em vez de amor?!
Uma estranha ironia, reside no facto, de quanto mais felizes somos mais medo temos. Pensamos porque nos calhou a nós aquilo que sempre desejámos. A verdade é que nos andamos a tornar cínicos e inseguros. Pensamos que a alegria é apenas um brinde temporário, para mais tarde nos ser tirado o tapete debaixo dos pés. Tememos não ser merecedores do que possuímos. Tememos que o outro se apaixone por alguém diferente, que se enjoe de nós, que deixe de nos olhar de uma maneira só dele, que acorde um dia sem nos querer ter ao seu lado. Esperaremos não sofrer, se não acreditarmos que “isto é especial”, caso o futuro nos traia? Viveremos nós cheios de precauções por causa do passado e cheios de medos por não conseguir prever o futuro?
Confesso que eu sinto esse medo. Medo de perder a felicidade que hoje sinto. Estou tão bem que dificilmente poderia melhorar, enquanto piorar é uma facilidade,...
É uma idiotice, mas raramente falo acerca dos meus planos importantes com outras pessoas, porque tenho medo que eles evaporem no ar, assim que se transformem em palavras ditas a voz alta. Ultimamente, ando a tentar contornar esta minha superstição, pois quero compartilhar a minha felicidade com as pessoas de quem realmente gosto e confio.
Poderei assegurar a alguém que o amarei para sempre? Não, infelizmente não posso mostrar o futuro e dizer que é isso que irá acontecer. Resta-me mostrar, todos os dias, que o dia de amanhã é mais um para se atingir o “para sempre”. Porque cada dia juntos me faz borrifar para as inseguranças e sofrimentos passados. Porque hoje sinto-me como nunca antes. Porque dizem que sentimos quando encontramos o amor da nossa vida. Porque dizem que o reconhecemos. Porque acredito que o encontrei. Hoje e para sempre.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Comprem, comprem, que é barato e bom!!!

Durante algumas semanas, um jornal diário vai oferecer partes de um comboio.
Até aqui nada de novo, uma vez que “brindes” com jornais e revistas é fenómeno corrente. Na verdade, o que me chamou realmente à atenção foi o slogan escolhido, que é algo como “coleccione ou ofereça no Natal”.
Agora sim, grandes questões se levantam.
Pergunto eu, quem vai comprar esse jornal apenas para poder ofertar, um amigo, um filho, um qualquer familiar com esse belo comboio? E sobreviverá esse forreta, quando os presenteados descobrirem de onde veio tal prenda? Pergunto mais, será que neste Natal ninguém estará imune de receber comboios, pulseiras da sorte, t-shirts, faqueiros e baixelas juntamente com “o melhor das revistas dos meses de Outubro, Novembro e Dezembro”?!
Será o abandono de prendas como peúgas e panos para a loiça?! Terá este jornal diário começado uma moda que se tornará impossível de combater? Precisaremos nós que Paula Bobone interfira nesta situação?
Bom, talvez seja melhor não entrar em pânico. Da minha parte prometo não compactuar com tal moda, continuando a oferecer o mesmo de sempre, uns beijinhos e um gosto muito de ti. Acham pouco? Continuam a preferir as peúgas, não é seus malandros?! Está bem, está bem, então peúgas serão.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Frase de sonho

E porque a teu lado tudo é possível, eu hoje acordei com asas.

Culpa

O pior sentimento de culpa é aquele que carregamos quando não temos motivo para o fazer.

domingo, outubro 15, 2006

Citação

"In this world there is always danger for those who are afraid of it."
George Bernard Shaw

sexta-feira, outubro 13, 2006

Há que desmistificar a coisa

A ideia comum de que as mulheres é que são o sexo estranho pode ser desfeita nas próximas linhas. Caso sejam conservadores, recomendo que façam uma pausa e descubram se estão prontos para derrubar um mito na vossa vida.
Feito o aviso, sigamos em frente.
Os homens, regra geral, são péssimos em detalhes. Eles não repararão se o sofá é diferente ou se a camisa que estão a vestir é nova e, muito menos, se esta tem bolas ou pintas. Porém, aqui aparece um pormenor importante, toda a sua capacidade de apreender detalhes encontra-se virada para o sexo. Se quer saber como deu um jeito no pescoço, na noite anterior, pergunte ao seu namorado, ele saberá o segundo em que isso aconteceu e qual a sua posição no momento. Não se engane, eles memorizam todo e qualquer movimento feito na cama e estão treinados e revê-lo ao longo do dia. Se um homem alguma vez lhe descrever uma fantasia, você perceberá o quão importantes são “umas sandálias pretas, com salto por volta dos 5 centímetros, com cordões apertados à volta da perna” ou “vestido justo, em viés, apresentando um recorte na zona do peito em forma de quadrado, porém, não demasiado vincado. Deverá ser cintado e rondar a altura do joelho.” Ou ainda como “ela deverá ter uma cara marota, porém com uma maquilhagem mais carregada, algo em tons de preto, tendo o eyeliner de estar presente.”
Outro aspecto curioso deste sexo é que eles mostram-se completamente pudicos com as coisas mais naturais, como por exemplo o momento do parto, mas depois têm os fetiches mais doidos, com as mulheres a fazerem as coisas mais estranhas. Por exemplo, uma mulher a ter um filho traumatiza-os para a vida mas, se essa mesma mulher, lhes urinar em cima será a loucura total. Claro que nem todos têm esta fantasia do xixi, uns terão algumas fantasias bem piores.
Como todos sabemos, os homens desejam que se acredite que eles são o sexo forte. Dizem que protegem as mulheres desde o tempo das cavernas até aos dias de hoje, em que os leões foram substituídos por uma espécie mais perigosa - o bêbado da discoteca.
Não poderemos negar que eles conseguem, na sua maioria, pegar em pesos maiores que nós ou que o seu talento para empurrar carros será mais desenvolvido que o nosso, porém, o mito do mais forte desfaz-se perante os nossos olhos quando uma simples e mundana constipação os atinge. No momento da doença eles retornam à infância.
Alguém que segundos atrás parecia conseguir proteger-nos de uma tempestade, parecerá que vai morrer, apenas porque tem 38 graus de febre, tosse e nariz entupido. O fenómeno é Mundial, por isso, não o neguem.
Para terminar, reparem que são os homens que ocupam os lugares de chefia nos postos de trabalho importantes, são eles que ocupam o poder, quer este seja exercido numa grande empresa, quer seja na roullote mais próxima. Supostamente eles não deveriam entrar em pânico em situações confusas, não é? Então, mas já viram como se comportam os homens nas lojas femininas que se encontram em saldos? Parecem uns bichinhos assustados, sem sequer conseguirem controlar a sua própria esposa.
Após estes exemplos, ainda continuam a crer que o “bicho complicado” é a mulher?!

Cazuza - Eu Preciso Dizer Que Te Amo

"Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu nem sei em que hora dizer
Me da um medo ( que medo )
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É eu preciso dizer que eu te amo
Tanto
E ate o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Voce me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
e nessa novela eu não quero ser teu amigo
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto
Eu ja nao sei se eu to misturando
Ah, eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira a noite inteira
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É eu preciso dizer que eu te amo
Tanto
Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
Eu nao sei em que hora dizer
Tenho medo
É, que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto
E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Voce chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela baby eu não quero ser teu amigo
Não
E que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano...
E que eu preciso dizer que te amo
Eu ja não sei se eu tô misturando..
Ah eu perco o sono...
Lembrando em cada riso teu qualquer bobeira..."
Se ainda não ouviram a versão desta música, cantada por Cazuza e Bebel Gilberto, não sabem o que estão a perder.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Compensação amorosa do post anterior

Tentando remediar o post anterior, devo dizer que acho o amor fantástico.
Primeiro que tudo, permite-nos adorar uma pessoa com todos os defeitos que esta possui. Não somos cegos, percebemos as manias e os hábitos irritantes que nos entram pela casa dentro, no entanto, não os queremos expulsar, antes pelo contrário, queremos habituar-nos a eles.
Confiamos totalmente em quem amamos. Sabemos que, com essa pessoa, podemos rir e chorar (só convém não o fazer em simultâneo, correndo o risco de parecermos doidos). Quando temos um dia horrível temos uns braços para os quais correr, os quais nos protegerão de tudo e de todos.
O nosso futuro desenha-se muito mais feliz no horizonte desde que ele/a entrou na nossa vida. As dúvidas existenciais desaparecem, pode ser que tenhamos passado por várias experiências negativas apenas para chegarmos melhores indivíduos a quem realmente nos merece.
Desejamos que as horas voem para estarmos com quem amamos, mesmo que seja por apenas alguns minutos, sabemos que valerá a pena.
Acho que nos tornamos melhores pessoas nesta altura, parece que a nossa sensibilidade está aumentada e apenas queremos ser felizes.
E sermos amados também é maravilhoso. Sentir que um abraço contém mil beijos em si. Ver preocupação nos olhos do outro, só porque estamos constipados. Receber mensagens e telefonemas apenas porque alguém sentiu saudades nossas e teve de o dizer. Acreditar que somos especiais porque alguém assim nos faz sentir. Rirem-se das nossas piadas mais palermas. Perceberem o que sentimos porque nos lêem o olhar.
Creio que existem tantas paixões, que não se transformam em amor, porque amar pode ser tudo, menos uma tarefa fácil.
Só estamos dispostos a abdicar da facilidade do divertimento por algo maior que isso, por alguma coisa que nos faça sentir maior que nós próprios.
Apenas podemos ser nós mesmos com quem ganha o nosso coração e, por vezes, fazem-no sem nos darmos conta disso, a não ser num dia em que ponderamos a hipótese dessa pessoa desaparecer e percebemos que, se isso acontecesse, nos iria custar a respirar sozinhos.
O amor não é fácil porque implica sermos a melhor e a pior pessoa com quem amamos. Implica carinho, raiva, dor, ciúme, preocupação e muito, muito mais.
E percebemos que queremos passar pelo bom e mau do amor por quem realmente amamos.
Porque jamais conheceríamos o melhor da nossa vida se não houvesse outra nela entrelaçada.

Citação


"Humor is something that thrives between man's aspirations and his limitations. There is more logic in humor than in anything else. Because, you see, humor is truth."
Victor Borge

Evolução da paixão (até ao amor)

Paixão - estado em que se vive nos primeiros três meses de namoro.
As frases são ditas com olhares carinhosos, não se encontram defeitos no outro.
Nesta fase, os homens deixam de gostar de futebol e as mulheres fingem não se preocuparem com o que comem.
Crê-se que os outros olham para o nosso amor e tentam conquistá-lo. Ele/a é um/a Deus/a grego/a aos nossos olhos. Surgem então os ciúmes, que são, nesta fase, bastante apreciados.
Os jantares românticos sucedem-se, tal como as mais variadas ofertas, que surgem sem motivo algum em especial.
Os apaixonados tratam-se por alcunhas carinhosas e não têm vergonha de as divulgar em público.
Estes, acreditam que as horas se tornam mais longas quando estão afastados um do outro.
Arranjam-se todos os dias como se fossem para uma festa, afinal “ele/a merece”.
Fazem-se escapadelas românticas e qualquer desculpa é boa para ficarem a sós dias a fio.
Depois chega o amor, esse sentimento tão desejado e, agora sim, as coisas mudam de aspecto.
O outro torna-se humano e começam a encontra-se defeitos “na criatura”. Descobre-se que sorver a sopa é irritante e que ouvir mal é detestável.
As saídas são trocadas por jogos de futebol ou idas às compras. As prioridades começam a ser outras.
Os ciúmes desaparecem, afinal, quem vai olhar para este “ser embirrante” ou “mulher enjoada”? Muitas vezes a frase “tomara eu que o/a levem”, é repetida em almoços de amigos.
As ofertas passam a ser feitas apenas no aniversário de nascimento e Natal. As prendas deixam de envolver jóias ou bilhetes de concertos, afinal, um tacho ou um par de meias, são agora, bastante mais atraentes.
A comemoração do dia de namoro é esquecida, afinal, quem quererá ser recordado de tal dia fatídico?!
As alcunhas transformam-se, começando-se a ouvir coisas como “ó gorda, traz aí a comida” ou “grande urso, quando levantas esse rabo do sofá?!”.
As horas tornam-se mais longas quando estão juntos.
Deixam de acreditar que o outro merece o melhor, então, eles deixam de fazer a barba e esquecem o perfume, enquanto elas deixam de se depilar e maquilhar.
As escapadelas românticas passam a fazer-se em separado. Já basta a semana para estarem juntos, nos fins de semana convém ter um pouco de sossego.
E pronto, depois disto consegue-se perceber porque passamos a vida em busca do amor.

terça-feira, outubro 10, 2006

A propósito da chuva de hoje- Capital Inicial (Primeiros Erros)


"Meu caminho é cada manhã/Não procure saber onde estou/Meu destino não é de ninguém/E eu não deixo os meus passos no chão/Se você não entende não vê/Se não me vê não me entende/Não procure saber onde estou/Se o meu jeito te surpreende/Se o meu corpo virasse sol/Se a minha mente virasse sol/Mas só chove, chove/Chove, Chove/Se um dia eu pudesse ver/Meu passado inteiro/E fizesse parar de chover/Nos primeiros erros/Meu corpo viraria sol/Minha mente viraria sol/Mas só chove, chove/Chove, Chove"

segunda-feira, outubro 09, 2006

Oferece o seu reino por uma noite de soninho?

A nível de sono podemos considerar três tipos de pessoas (tenham em conta que esta análise é quase científica): o tipo das insónias, o que dorme normalmente e o que entra em estado de coma.
Portanto, vou falar de cada um deles, referindo-me ao sexo masculino porque as senhoras dormem sempre as horas adequadas, de forma a acordarem belas e perfeitas, aliás, mesmo quando esquentam a almofada por apenas 3 horas o seu bom ar transparece ao longo do dia, sendo a palavra “cansada” desconhecida no vocabulário feminino (ao contrário de “mal-humorada” que poderá ser usada em casos extremos).
Ora bem, passemos então ao que interessa, começando pelo senhor das insónias que é facilmente reconhecível pelo ar estafado, olheiras imensas, discurso confuso e queixas constantes das poucas horas em que contactou com Morfeu (sim, até os mais machos se queixam dessa falta de convívio). Fogem do café como o diabo da cruz e são conhecedores profundos das mezinhas para um bom dormir, sendo que quando estas falham, se vêem obrigados a optar pelas drogas farmacêuticas.
Os exemplares masculinos, que desfrutam do seu sono, são semelhantes a robôs. Podem beber entre 5 a 10 cafés, porém, mal exista contacto com uma superfície almofadada, o fechar de olhos será automático. Conseguem acordar com despertador ou qualquer outro som mais forte, no entanto, caso não ocorra nada de especial o seu sono será tranquilo e revitalizante. Poderão acordar a assobiar, pois sentem-se totalmente recuperados do dia anterior e prontos para enfrentar o novo que aí vem. Deve-se evitar colocar este género com o anteriormente referido porque perante o “epá, esta noite não preguei olho”, este responderá com um “a sério? Eu dormi que nem um anjo”, situação que poderá conduzir a comportamentos de violência extrema, inclusivamente com olhos raiados de sangue à mistura.
Vamos agora ao último espécimen, que é a pior companhia para ter ao seu lado em caso de perigo. Primeiro que tudo esqueça contar com a sua ajuda em situações de crise, sendo que estas podem incluir ataques de coração, sismos, camião que atinja a vossa casa, avião que caia no jardim ou qualquer outro barulho do género, porque ele jamais irá acordar. Tente uma marreta mas apenas em caso de extrema urgência. Esqueça a ideia de que ele chegará a horas a um compromisso combinado de manhã, isso será tão provável quando Bush descobrir sozinho, num mapa assinalado com uma bola vermelha, onde fica Portugal. A boa notícia é que se o seu exemplar masculino for muito tarado, você terá estas horas de sossego pois ele não acordará nem que a Cicarelli o carregue em ombros até à praia mais próxima.
Agora que leu este post, só lhe posso desejar uma boa noite de sono.
Até amanhã.

sábado, outubro 07, 2006

Diferentes versus iguais

Parte do estágio do meu curso é feito em instituições de deficientes. No meu caso, encontro-me até Janeiro numa das valências da Crinabel.
Confesso que a expectativa de lidar com pessoas diferentes de nós é alta e que, no início, é o medo que domina. Temos medo de não os percebermos, medo das suas perguntas mais atrevidas, medo de não reagirmos adequadamente, enfim, acho que é o medo do desconhecido que nos acompanha nessa primeira visita.
Depois somos conquistados. É bem verdade que nem todos se deixam conquistar, no entanto, eu fui das que não resistiu.
Ali, naquele mundo deles, só a verdade impera. Talvez por isso nos sintamos uns estranhos ao primeiro contacto, é que no nosso universo diário estamos habituados a usar máscaras e ali isso é coisa inexistente. Na sua maioria, fazem questão de nos mostrar que gostam de nós, então abraçam-nos e beijam-nos, ao mesmo tempo que dizem o quanto somos bonitos. É impossível não desejar protegê-los. Tal como acontece ao longo da nossa vida, existem pessoas pelas quais nos “apaixonamos” à primeira vista, existe um empatia inexplicável e isso aconteceu-me com alguns dos utentes da instituição. Sem saber muito bem como, fui falando com eles como se sempre o tivesse feito. Senti um à-vontade inesperado. Um deles, portador de trissomia 21, conquistou-me à primeira vista. Ele é profundamente querido e delicado. Houve um momento em que ele me fez festas na mão, ao mesmo tempo que sorria e exibia um olhar envergonhado. Mais tarde cruzámo-nos no corredor, altura em que ele fez questão de me mostrar a sua bela gravata. São gestos simples mas que conseguem ser mais fortes que muitas palavras.
E assim são eles, todos diferentes, cada um a surpreender-nos de mil e uma maneiras.
A verdade é que eles não são nem mais, nem menos que nós, são apenas diferentes.
Alguns pintam, nadam, andam a cavalo, fazem escalada, bolos, compotas e apesar disso, por vezes, não conseguem fazer tarefas que para nós, os “normais” são bastante simples mas em contrapartida, quantos de nós conseguem abraçar e dizer que amam alguém sempre que sentem esse impulso?
Pois é, ninguém é perfeito e isso é que dá jeito relembrar de vez em quando.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Citação


"A instrução é um esforço admirável. Mas as coisas mais importantes da vida não se aprendem, encontram-se."
Oscar Wilde

Vantagens do futebol

Não consigo perceber as mulheres que criticam os maridos porque estes assistem aos jogos de futebol. Quando penso neste assunto só vejo vantagens.
Primeiro, existem os homens que preferem assistir às partidas nos cafés, junto com os amigos. Uma vez deixadas a sós, as esposas poderão assistir à sua série preferida em sossego, comer na cama, fazer todos os tratamentos de beleza desconhecidos no mundo masculino, tomar um longo banho, tirar roupa do armário e experimentar todas as peças de roupa apenas porque sim, entre muitas outras vantagens.
Depois existe o grupo dos sofredores no sofá de casa. Estes, desde que o jogo começa perdem a noção de espaço e de tempo. O ambiente envolvente deixa de existir e o único sinal de que ainda existe vida para além do jogo são os possíveis pedidos de cerveja. Tendo como desculpa o desejo de não perturbar o ser apático que se apresenta na sala, a esposa aproveita para ir fazer umas compras, até porque o Inverno vem aí e já não se tem roupa adequada para essa Estação.
Se isto ainda não a convenceu, dou-lhe outra perspectiva.
Encare o futebol como a sessão de ginástica à qual assiste, todos os dias, em frente da televisão.
Lembre-se que o exercício é feito por uma bela e elegante rapariga, que se encontra do outro lado do ecrã, e você, do lado de cá, limita-se a sonhar em ser como ela. Quer um dia conseguir ter aqueles abdominais, esboçar aquele sorriso feliz ao mesmo tempo que faz a “ponte”, deseja ser invejada por todas as outras mulheres que estarão na sala de suas casas a assistir aos seus conselhos de fitness. Por uns momentos é você que está ali.
No final do programa você sente-se estafada, apesar de não ter mexido um único músculo e isso, minha cara, lamento informar mas é o equivalente a assistir a um jogo de futebol pelo sexo masculino.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Não faça nada na sua vida, assim, pode sempre trocá-la por outra.

Existem pessoas por quem a vida passa, sem darem por ela.
Será que vêem a vida, como uma grande loja, que tem como lema “se não houver danos nem sinais de uso, o serviço não se importa de fazer a troca”?!

E você, já aturou um cromo hoje?!

Creio que Portugal poderá estar no pódio dos países com maior número de cromos por metro quadrado, pois é impressionante como esse espécimen se encontra disperso nos mais variados locais.
Dentro deste grupo, confesso que tenho preferência pelos que fazem o género “inteligente demais para esta conversa”.
Geralmente, essas pessoas centram a conversa em si, num assunto que dominam e do qual, de preferência, nenhum dos outros interlocutores perceba muito. Depois, focam a sua atenção numa determinada vítima, que terá de o aturar nas horas seguintes. O ouvinte perfeito terá de forçar o riso nas piadas, conter a vontade de fugir do local, fingir um ar interessado e fazer algumas questões sobre o assunto em questão. Depois de tudo isso, tal pessoa terá lugar assegurado no Céu.
Este género de cromo caracteriza-se também por usar uma voz colocada e possuir maneirismos estranhos. Abusa das frases paternalistas, evoca a palavra “povo e gentinha” de forma repetida e adora, mas adora, tratar os empregados como seres inferiores com quem deve ser pseudo-tolerante (terei acabado de inventar uma expressão nova?!), porém “sem lhes dar muita confiança” não vão eles ter a ousadia de perguntar se a refeição estava boa.
Gostam de repetir o quanto prezam o “Zé mecânico”, não conseguindo disfarçar o ar de gozo com que insinuam que tal pessoa é “bronca”. Neste caso, existe uma clara ausência de auto-consciência por parte do cromo.
Eles sempre quiseram ser tratados por Doutores e agora que o são, fingem que tal expressão lhes desagrada, assim, pedem que os tratem pelo nome próprio pois sempre simulam uma falsa familiaridade com os conhecidos com quem se cruzam. Ah, e adoram repetir que detestam ser chamados de doutores pelo “povo”.
Crêem ser o centro do universo, fingem ser sociáveis e tentam disfarçar as olheiras, resultantes de horas em frente a um computador, usado para contactar com mulheres virtuais.
Dão erros gramaticais brutais, no entanto, a pose com que o fazem permite disfarçar a situação, ou em alguns casos, provocar crises contidas de riso em quem se apercebe disso.
Adoram partilhar segredos porque assim sentem que lhes é dada a atenção devida. Essa é a sua principal moeda de troca, ele é ouvido quando tem informações que agradem a quem o escuta.
Agora pense, com quantas destas pessoas já contactou até hoje? Vê?! Eu bem lhe disse, neste tema, o lugar no livro dos recordes é nosso.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Frio - fenómeno interno a evitar!!

Ser uma pessoa fria só dá mais trabalho, pois o que se poupa em tristezas pessoais perde-se em falsos aquecimentos internos.

Foi a minha primeira vez mas será a última?!

Fi-lo a semana passada, pela primeira vez.
Para começar, já tenho idade suficiente para tomar estas decisões e depois toda a gente já o fez em determinada altura da sua vida, embora alguns ainda o neguem.
Era de noite e sabe-se lá porquê, nas ultimas horas do dia arranjamos coragem para fazer o que nos apetece no momento, seguimos mais facilmente os nossos instintos.
Na altura estava com o meu namorado, que coitado, tentou aguentar até à última, pois sabia que eu nunca me tinha aventurado a tomar tal atitude na vida, aliás, sempre fiz questão de resistir a essa proposta, quando ela me foi feita. A verdade é que chega uma altura em que percebemos que tem mesmo de ser, já não há hipótese de salvação. Perdemos a vergonha do que os outros podem pensar e avançamos.
Tenho imensa pena de me ter desiludido. A verdade é que não estava com grandes expectativas, no entanto, nunca pensei que fosse abaixo do nível do suportável.
Pois é, ainda no embalo do post anterior, digo-vos que fui ver um dos piores filmes da minha vida, tendo saído a meio. E reparem, nem era indiano.

Filmes indianos - a descoberta de bons filmes!!

Quando eu era pequena lembro-me de, uma vez por mês ou algo como isso, ir com a minha mãe a casa da minha avó ver filmes indianos. Como devem perceber, este trauma que me foi infligido na infância poderá ser responsável por algumas atitudes menos mentalmente sãs, que em mim se manifestam, portanto, tratem de ser compreensivos.
Ontem recordei uma das pérolas desse mundo cinematográfico. A história consistia numa mulher lindíssima que era casada com um homem que a queria matar, de forma a ficar com a fortuna desta. Logo aqui, podem perceber o palpitar do coração que o enredo causava. Ora, depois de umas quantas traições e falhanços homicidas pelo meio, eis que ele finalmente concretiza os seus planos.
Um dos aspectos curiosos do filme é a forma como a heroína (a protagonista e não a substância que o argumentista deve ter tomado de forma a inspirar-se para tal enredo) morre. Não pensem nos poucos originais métodos de Hollywood em que se recorre com frequência à asfixia, aos tiros ou, até mesmo, ao envenenamento. Aqui, a jovem é cortada aos pedaços que serão posteriormente atirados ao rio. Convém referir que, até esse momento, foi acompanhado de várias músicas alegres e danças perfeitamente coreografadas, que me faziam questionar a capacidade do nosso pescoço girar em torno de si mesmo.
Se pensam que a história acaba aqui estão enganados. Não me recordo muito bem dos pormenores, porém, sei que um sapateiro encontra os pedaços da heroína e trata de a costurar. Uma vez ressuscitada, esta, organiza um plano genial para se vingar do marido. O final, será o esperado, com a protagonista a casar com o seu salvador e com o vilão morto.
Perceberam agora o quão injusto é não valorizarmos os filmes indianos?!
E pronto, agora que ajudei a indústria cinematográfica de um país do terceiro mundo, sinto-me muito melhor comigo mesma.

Citação

"O homem é o único animal que pode estabelecer uma relação amigável com as vítimas que pretende engolir".
Samuel Butler