domingo, fevereiro 25, 2007

Pode a minha metade estar fora de mim?

Nunca pensei que fosse tão simples sentir-me completa na presença da minha metade.
Há metades que exageram, que complicam, que desgostam, mas a minha metade não, a minha metade torna-me melhor, muito melhor do que alguma vez fui.
Há metades que nos fazem desejar voltar a ser incompletos e isso não tem nada a ver com amor. Tem a ver com incompatibilidade. Ao longo do tempo percebo que amar alguém não basta. Não quero saber das bonitas frases de filmes mas um amor não sobrevive a incompatibilidades que nos obrigam a discutir e a discordar todos os dias.
O que dificulta o encontro, com a parte que nos falta, é que não basta que nos apaixonemos por ela, temos de nos integrar e ser por ela integrados.
Eu amo a minha metade, vivo-a como ela merece ser vivida, como o grande amor da minha vida. Posso viver todas as partes de mim em frente dela, expondo-me ao ridículo, expondo-me ao choro, expondo-me a ele, ao meu amor. Só ele fazendo parte de mim é que pode ver tudo aquilo que sou, toda a loucura momentânea e toda a fragilidade escondida.
Na realidade, por mais que eu queira, jamais conseguirei ter palavras para a minha metade. E, na verdade, espero que ela também não consiga ter palavras para mim.

Citação


"If you can't get rid of the skeleton in your closet, you'd best teach it to dance."

George Bernard Shaw

sábado, fevereiro 24, 2007

Atlântida on my mind....

O mais próximo que estamos, de nos fazer notar mundialmente como país, é tornando-nos uma segunda Atlântida (mesmo que esta se situe na Madeira).

http://publico.clix.pt/shownews.asp?id=1286568&idCanal=90

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Aceita esta dança?

Os meus pés não sabiam dançar até ao momento em que o meu coração lhes ensinou o ritmo certo.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

E quando eu for muito velhinha...

A maioria de nós esboça um enorme ar de espanto quando um velhote assume não se lembrar do que fez ontem quando, no entanto, fala da sua juventude como se a estivesse a ver projectada num ecrã à sua frente, de forma clara e nítida.
Hoje percebo que isso faz sentido.
Com o passar dos anos, as testemunhas das nossas alegrias e tristezas vão desaparecendo. Uns morrem, outros vão morar longe, outros ainda perdem-se nas inúmeras estradas do tempo, sem sabermos como nem porquê. Vamos ficando assim, lentamente, sem testemunhas da pessoa que um dia fomos.
A nossa memória é a única que nos permite dar a conhecer um lado que, no presente, poucos conhecerão. É ela que nos vai ajudar a encantar os nossos netos com histórias de loucuras passadas, que nos permitirá chegar aos nossos filhos quando eles pensarem que não os compreendemos. E, em última análise, é a memória do passado que nos permite evitar erros futuros.
Se é realmente importante o que almoçámos ontem? Bom, não tanto quanto a sensação de recordar o subir a árvores ou o chamar da nossa mãe.
A verdade é que no presente somos apenas aquilo que construímos no passado. E a nossa memória sabe disso.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Post desconexo mas ainda assim um post

Nem sempre precisamos abandonar uma casa para abandonarmos os nossos fantasmas. Ou precisaremos?
Mas a grande questão é, será que realmente os abandonamos ou simplesmente fechamos os olhos de cada vez que com eles nos deparamos?
O problema destes é que eles não estão presentes na realidade, apenas na memória, o que dificulta as coisas, afinal a realidade pode ser destruída com mais facilidade que a mente. Sempre que fingimos ter enterrado um problema, mas não o fizemos realmente, estamos a construir o caminho ideal para sermos assombrados no futuro.
Será que faz parte da vida construir caminhos, destruí-los, lamentá-los e sermos, posteriormente, alimentados por frustrações passadas que nos servem de desculpa para não arriscar? Serão os fantasmas que construímos indestrutíveis por nós mesmos? Será que precisamos de recorrer a outrém para que este destrua o que andámos a alimentar?
Poderemos nós viver com fantasmas alheios que parecem ser mais fortes que os nossos próprios? Poderemos nós assassinar assombrações de terceiros de forma a vivermos uma vida desassombrada?
Na verdade, sempre temi mais as figuras imaginadas, as que se mantêm na memória e cuja realidade não destrona. Para mim soam-me sempre a figuras gélidas, a pessoas estáticas cujo bem ou mal que nos fizeram jamais poderá ser apagado.
E tanto o bem, quanto o mal, ficam assinalados para sempre nas casas onde os fantasmas insistem em morar.

Dia de chuva

No fundo, não seremos todos gotas de chuva que desejam ser acolhidas por algum corajoso que se recusa a usar chapéu?

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Um maço e tantos bónus...

Detesto o tabaco. Melhor, odeio o tabaco.
Não pensem que tal sentimento se deve ao cheiro de fumo que fica entranhado na minha roupa e cabelo, nem tão pouco à sensação de asfixia que tenho em alguns jantares de grupo, nada disso. Na verdade, nutro tal sentimento pelo cigarro por um motivo bastante simples, por puro e sincero amor.
Confuso? A verdade é que vejo um vício matar lentamente as pessoas de quem gosto. Cada baforada de fumo corresponde a uma quantidade louca de células tentadas a transformarem-se em cancro, em lugares tão fundamentais quanto os pulmões ou garganta. (Se este vai ser um post animadote? Acho que dá para perceber que não, portanto, quem não estiver nos seus dias pode ir parando por aqui.)
Acreditem quando vos digo que não pertenço ao grupo de fundamentalistas que desejam colocar todos os fumadores no Everest, munidos de 1 cigarro apenas, sem hipóteses de retorno. Tal como em outros assuntos, acredito na liberdade, quer de quem escolhe fumar quer na de quem escolhe não o fazer.
Tenho de confessar aqui que acho curiosa toda essa mística que envolve o fumar, pois a maioria das pessoas que conheço que o fazem são bastante inteligentes, portanto, parto do princípio que eles sabem alguma coisa que me escapa.
Vejamos, tentando analisar a situação a frio, pessoas que recebem toda a informação sobre o malefício do tabaco fumam, pessoas inteligentes e que dizem recusar-se a serem manipuladas estão totalmente dependentes de um “palito de papel”, outros que se dizem liberais e que detestariam ajudar grande indústrias contribuem todos os dias para a grandeza milionária do tabaco, há também os que sentem nojo de qualquer tipo de comida com ar mais exótico mas que jamais recusam uma boa baforada de nicotina e alcatrão. Não me posso esquecer da grande maioria que se diz sentir mais confiante com um cigarro na mão. Humm, ter uma chaminé acesa na mão proporciona confiança? Ok, quem sou eu para achar que não.
Ah, claro, ia-me esquecendo de todos aqueles que se acham demasiado novos para morrer. Bom, com estes falarei daqui a uns anos. Ou talvez não...
Quando amamos verdadeiramente alguém tudo o que essa pessoa faz nos afecta. Se estamos a ser egoístas por querer acabar com um vício que não nos pertence? Claro que sim, mas caramba, não poderemos nós desejar envelhecer ao lado de quem amamos?
Se a certa altura da nossa vida encontrámos a nossa “metade” será assim tão incompreensível o facto de não a querermos perder jamais?
Não quero perder aos poucos, por entre nuvens de fumo, as pessoas que mais amo.
Odeio o tabaco simplesmente por isto.
E tenho a impressão que ele me odiaria também, se pudesse.

Serviço Público do dia

Doenças associadas ao Uso do Cigarro

"O fumo é responsável por 30% das mortes por cancro;
90% das mortes por cancro no pulmão;
97% do cancro da laringe;
25% das mortes por doença do coração;
85% das mortes por bronquite e enfisema;
25% das mortes por derrame cerebral e por 50% dos casos de cancro de pele."

A polémica do aborto chega ao Afasta com o devido e propositado atraso

A campanha do sim e do não sobre o aborto terminou. Finalmente. Já não era sem tempo. Até que enfim. Estava a ver que não. Uffaaaa.
Começando pelos (poucos) pontos em que a maioria não fanática e histérica concorda, este tema é complicado e propício a provocar discussões. Vejamos, trata-se de um assunto que não é branco nem preto, é todo ele feito de tons cinzentos, de meias verdades e meias mentiras. Devemos também ter consciência de que por mais que discutamos muito dificilmente iremos mudar a opinião de quem discorda de nós ou vice-versa.
A maioria das conversas que presenciei caracterizaram-se pelo mesmo percurso, todas elas começaram num tom calmo que foi subindo lentamente, as palavras educadas deram lugar aos insultos ligeiros que contestavam a sanidade mental de outrém, vi portugueses a discutirem a lei penal ao mesmo tempo que bebiam bejecas e, no final, a única coisa que se construiu foi um ambiente de ressabiamento e desconforto.
Seguindo um raciocínio lógico, acabamos por perceber que os políticos também se tenham exaltado algumas vezes, afinal eles são fiéis representantes do povo. Também eles usaram tontos argumentos e também eles, por vezes, perderam a razão. Para além de terem decidido fugir com o rabo à seringa, pedindo ao povo que decidisse por eles, não foram suficientemente esclarecedores para que esse mesmo povo os ouvisse. Este ano não houve sol, nem praia, mas a abstenção manteve-se alta. O povo decidiu deixar as coisas nas mãos dos políticos e não gritar em votos o que andou a gritar pelas ruas. Quer tivesse ganho o sim ou o não, o que realmente me incomodou foi a falta de participação das pessoas. Raramente podemos dar a nossa opinião, queixamo-nos diariamente que não somos ouvidos, porém, quando a oportunidade surge deixamo-nos ficar em casa, de pantufas e pijama homenageando assim o dia de Domingo.
Durante estes meses andámos como que em guerra, com um ligeiro sentimento de “quem não está connosco está contra nós” acreditando que uma barricada de razão nos separava dos outros. Os de esquerda, liberais´de um lado e os de direita, conservadores de outro. E as excepções escondidas no meio da multidão, de forma a não serem engolidas por esta.
Durante meses quisemos todos ser donos e senhores da razão, quisemos simplificar o que não pode ser visto como simples, quisemos generalizar o que deve ser visto em particular, quisemos ser ouvidos e não ouvir. Todos. Os dois lados da barricada.
A mim, incomoda-me que andemos todos a fingir que os abortos de vão de escada deixariam de existir caso a lei se mantivesse. Indigno-me por ignorarmos as mulheres que têm de abortar em condições sub-humanas, deixando-as ser perseguidas pela lei, para além da culpa da qual, muito provavelmente não se livrarão jamais. Incomoda-me que fechemos os olhos a estas mulheres a quem o cheiro da morte persegue, quando não as apanha mesmo. Quero acreditar que ninguém fará um aborto porque sim, porque a sua barriga não combina com a festa que vai haver para o mês que vem. Quero acreditar que haverá acompanhamento das mulheres que em desespero de causa tenham de abrir mão de um filho.
Mas esta é apenas a minha visão e, felizmente, continuo com as dioptrias certas para perceber que para além da minha existem outras.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Citação (para a outra metade de mim)

“O amor da minha vida eu encontrei, tem nome, é de carne e osso e me ama também.”
Maitê Proença

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Happy Valentine´s Day

Amanhã será aquele dia do ano em que a maioria se torna romântica por obrigação.
Alguns maridos deixarão a mulher descansar e não a irão espancar, algumas mulheres não se encontrarão com o seu amante, alguns namorados continuarão a fingir que os amores de adolescência duram para sempre, os divorciados irão ironizar sobre o quão fantástico é o amor e os “sozinhos” trancar-se-ão em casa de forma a evitarem os “ramos de flores andantes” típicos deste dia.
Bom, depois desta visão positiva, resta-me desejar um Feliz Dia Dos Namorados para todos.

Sismo

Será que as pessoas que ontem não sentiram o sismo, têm uma magnitude de zero na sua escala de sensibilidade?

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

You only live once

"Some people think they're always right
Others are quiet and uptight
Others they seem so very nice nice nice nice (oh-ho)
Inside they might feel sad and wrong (oh no)
Twenty-nine different attributes
Only seven that you like
Twenty ways to see the world (oh-ho)
Twenty ways to start a fight (oh-ho)
Oh don't don't don't get out
I can't see the sunshine
I'll be waiting for you, baby
Cause I'm through
Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you
Oh Men don't notice what they got
Women think of that a lot
One thousand ways to please your man (oh-ho)
Not even one requires a plan (I know)
And countless odd religions, too
It doesn't matter which to choose (oh no)
One stubborn way to turn your back (oh-ho)
This I've tried, and now refuse (oh-ho)"
The Strokes

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Citação


"O homem nunca sabe do que é capaz, até que é obrigado a tentar".


Charles Dickens

domingo, fevereiro 04, 2007

Nova etapa, nova meta, para quando a camisola amarela?

As vésperas de algo novo na minha vida são sempre preenchidas com uma certa inactividade, pois nesses dias ando demasiado ocupada a “segurar o meu coração nas mãos”, de tão acelerado que ele bate. E hoje não foi excepção.
Pensando bem, acho que sou uma senhora de 60 anos num corpo de 23, pois tenho tanta capacidade de iniciativa e gosto pela mudança como os idosos.
O que se passa é que amanhã começo uma etapa diferente, deixo a teoria da faculdade para trás e parto para estágio. Sim, a vida a sério, segundo dizem.
Pela primeira vez estarei sozinha e vou ter de construir a minha própria segurança e, em boa verdade, estou com medo. Medo que o mundo lá fora seja exactamente como eu o creio, ou seja, sem tempo para a inexperiência e com claro fervor pelos competitivos a qualquer custo.A solidão pela qual ansiamos, sempre que temos um professor a falar no nosso ombro, é completamente assustadora quando vista frente e frente.
Fico a pensar se serei razoavelmente boa a desempenhar a profissão que escolhi, as dúvidas começam a surgir como pipocas no tacho e chego até a recordar erros técnicos feitos no 1º ano, afinal, tudo vale para aumentar o stress em que me encontro.
Por outro lado, estou desejosa de terminar o curso e esta é a última etapa a ser percorrida, aquela mesmo antes de rasgar a meta.
Antes de ir dormir penso num truque que usava na infância. Quando tinha de fazer algo que me assustava eu fixava o pensamento no que iria acontecer a seguir, por exemplo, quando ia fazer análises pensava no quão fantástico seria o bolo que a minha mãe me iria comprar logo a seguir e nos elogios que receberia em casa, por me ter portado bem.
Amanhã tenciono portar-me bem.
Espero ter um bolo fantástico à minha espera, em seguida.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Citação


“Posso prometer ser sincero mas não imparcial”


Goethe