quarta-feira, novembro 29, 2006

I am busy, really, I am.

domingo, novembro 26, 2006

Citação


“O silêncio que ninguém ouviu, foi a primeira coisa que se viu.”
Arnaldo Antunes

Detestamos errar porque,...

...vemos nos nossos falhanços a força dos outros.

sábado, novembro 25, 2006

Estás predestinado ao sucesso ou ao riso geral?

Conhecem aquele género de pessoa que conta os acontecimentos da sua vida sempre de forma épica? Até as situações mais simples são relatadas como se divinas fossem. O que poderia ser dito como “espreitei para a sala e olharam para mim” surge sob a forma de “os meus jovens olhos acederam à curiosidade e espreitaram para dentro da sala, onde, devido ao meu atrevimento, muitos olhos de admiração surgiram e, de repente, fez-se luz para ambas as partes”.
Nada é simples, nada é casual, tudo é cheio de adjectivos e palavras caras. As ideias banais tornam-se geniais e a palavra “nós” desaparece, para ter em seu lugar o repetido “eu.”
O curioso é que, estes indivíduos, tendem a atrair a si pessoas de outro género, os do “ai desculpe senhor doutor por ter ousado respirar ao mesmo tempo que o senhor”. Se pensarmos nisso percebemos que faz sentido, afinal, os grandes egos precisam de “lambe botas” que os alimentem e lhes proporcionem “brilho”.
Estes egomaníacos tendem a procurar postos em que possam exercer poder, quer seja na taberna lá do sítio, quer seja numa empresa multinacional.
Gostam de propagandear a sua imagem como indivíduos sisudos, com um intelecto favorecido e destemidos perante a adversidade. Tentam espalhar uma aura de mistério, à sua volta, que se reflecte na pose que adoptam em qualquer lugar público. Escutam mais do que falam, afinal, esse é um dos segredos para se parecer brilhante.
Reparo agora que as pessoas que conheci, que se encaixam nesta discrição, pertenciam a origens opostas, umas muito humildes e outras muito ricas. Curioso como os opostos se foram encontrar no excesso de ego.
Ponho-me a imaginar que, provavelmente, eles passarão o dia a ouvir o relato da sua vida em voz-off, com música épica a acompanhar as suas decisões, tudo com origem na sua cabeça. Com tanto barulho de fundo, justifica-se que não oiçam realmente quem os rodeia.
E, todas as noites, antes de adormecerem, eles cumprimentam o seu ego e agradecem-lhe por ser como é, assim tão fantástico.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Romeu e Julieta dos tempos modernos.

Ela esperava ansiosamente por ele. Corria até à janela, com a esperança de o ver chegar.
As horas passavam e nada acontecia. Eles tinham escolhido aquele dia para fugirem juntos. Iam, finalmente, esquecer as oposições familiares ao seu relacionamento e encarar o Mundo sozinhos.
Ela olha para o relógio. Duas horas atrasado, para quem nunca antes se atrasou um minuto, é sinal de preocupação.
Ele desespera. Quer avisá-la mas não pode. Desde o primeiro dia que se comprometeram a jamais ligarem um ao outro, não fossem os seus pais atender. A água tapa-lhe as rodas e impede-o de prosseguir viagem. Ele está muito atrasado e não tem como se despachar.
Ela preocupa-se, ele não iria chegar atrasado hoje. Se ele precisasse de a avisar do atraso já teria ligado. Sim, eles fizeram aquela promessa, mas certamente ele saberia quando não a cumprir. Alguma coisa aconteceu. Ele desistiu. Desistiu dela. Ficou com medo de trocar tudo o que tem por uma aventura sem final previsto.
Agora o número de carros atolados em água aumentou, tal como a confusão à sua volta. O reboque demorará a chegar, pelo menos foi o que lhe disseram. Como é que foi acontecer isto hoje? Ela está à espera dele. Resolve ligar, que se lixe a promessa.
Ela ouve o seu telefone tocar uma vez, porém, quando vai atender escuta apenas "lamentamos, mas devido ao mau tempo ocorreram problemas na linha telefónica. Esperamos ter o problema resolvido em breve. Muito obrigado.". Desliga o telefone.
Ela não atende. Talvez tenha mudado de ideias e já não queira fugir com ele. Ela desistiu. Desistiu dele.
Moral da história: Lisboa precisa, urgentemente, de um escoamento eficaz quando chove.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Abres a porta ou não?!

Ás vezes deixamos um passado confuso atrás de nós. Por vezes, mais do que confuso, é um passado magoado.
Na maioria dos casos, tentamos ultrapassar o que quer que tenha acontecido e, um dia, damos por nós a acreditar que o fizemos realmente. Chegamos até a elogiar a nossa capacidade de superar adversidades e prosseguimos em diante.
Até que um dia o passado bate à porta e nós, mesmo repetindo que não devemos, abrimo-la.
O passado, que pensámos enterrado, volta cheio de boas intenções e virtudes. Desconfiamos. E voltamos a desconfiar. Certo dia, quando damos por nós, acreditamos que é possível transformar aquele passado em futuro.
Tal como nos filmes, apenas conseguimos voltar ao passado, se este ainda tiver algo que nos pertença, caso contrário, é um local que pouco nos dirá.
O que nos deveria ser ensinado, desde tenra idade, é que não temos de deixar portas escancaradas ou fechadas, afinal, a opção de a deixar entreaberta pode existir, o resto é sabedoria para descobrir quem deixar entrar,...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Citação


"Um lugar passa a ser nosso quando sabemos onde vão dar todas as estradas."

segunda-feira, novembro 20, 2006

Sou perita em pormenores inúteis e cá está um exemplo.

Andam por aí muitos fãs de cinema a tecer rasgados elogios ao filme “Entre Inimigos”.
Ora, entre tantos comentários, ainda não ouvi um único sobre o pormenor maior de tal película.
Será que ninguém reparou que quando Vera Farmiga vai para a cama com DiCaprio, a sua cueca e soutien não combinam?
Isto sim é a vida real, sem cintos de ligas nem combinações de renda vermelhas.
Homens, sejam bem vindos ao verdadeiro mundo da roupa interior feminina.
Ah e quanto ao resto? Bom, tirando o final, é um filme fantástico.

terça-feira, novembro 14, 2006

E este post é escrito só porque sim (bom, tal como todos os outros)

O caminho faz-se em silêncio. Ou não, pois os momentos em que se percorrem as ruas habituais podem ser preenchidos com piadas, declarações de amor ou comentários despropositados.
Observam-se momentos em que duas mãos frias, aproveitam os semáforos, para desafiar o outro par de mãos a aquecê-las.
A música preenche o fundo do ambiente, servindo de acompanhamento para pensamentos esvoaçantes ou coreografias arrojadas. Neste embalo, uma voz sorri da outra que desafina.
De repente, um olhar fugaz do perfil do outro, transforma-se num olhar demorado, cheio de admiração e amor. O olhar diz tudo, ouço sussurrar por aí,...
A separação, a que a noite obriga, está a aproximar-se. Nesse momento, gargantas calam um “não te quero deixar ir”,...
Na despedida, o beijo. Em redor faz-se silêncio e a paz invade um pequeno espaço de dois lugares.
O caminho mais longo torna-se, o que vai do fecho de uma porta, para a abertura de outra.
Pela primeira vez, percebe-se a existência de uma felicidade triste.

Caso saibam a resposta, escrevam para Afasta De Mim Esse Cálice.

Porque serão as cicatrizes amorosas, as únicas que não conseguimos submeter a plásticas reconstrutivas?

E esta é a canção que ando a estragar ultimamente.

"(...)This Just Might Hurt A Little
Love Hurts Sometime When You Do It Right
Dont Be Afraid Of A Little Bit Of Pain
Pleasure Is On The Other Side
Let Down Your Guard Just A Little
Ill Keep You Safe In These Arms Of Mine
Hold On To Me Pretty Baby You Will See
I Can Be All You Need If You Stay
Won't You StayStay(...)"
John Legend - Save Room

domingo, novembro 12, 2006

Há mar e mar, há ir e voltar.

Estando aqui a pensar em viagens, lembro-me que já fiz algumas bastante tristes.
A primeira de que me lembro foi no carro cheio do meu pai, com os meus avós, pais e um primo, a caminho da vila, para o enterro da minha bisavó.
Lembro-me de ter vestido uma roupa em tons de castanho e preto que eu adorava. E tenho uma lembrança estranha desse dia, em que uma das amigas da família, conhecida pela sua incapacidade de cerrar a boca, se vira para mim e pergunta se eu não deveria ir toda de preto porque a minha bisavó morreu. Nada de mais, uma pergunta simples e directa, no entanto, senti-me invadida. Pela primeira e única vez, nesse dia, senti vontade de chorar. Até hoje não percebo muito bem a razão de ter sentido aquela questão de forma tão intensa.
Outro aspecto curioso, é o de recordar mais claramente a viagem que fizemos de volta, do que a que nos levou até lá. Parece que havia um esforço colectivo para impedir o silêncio de se instalar. Sempre que alguém se calava parecia que o ar ficava mais frio e, então, rapidamente um de nós tomava a palavra, por mais tonta que esta fosse.
Ainda presente na minha cabeça, está o passeio que dei no jardim, o exacto momento em que entrei na igreja e, já na aldeia, a proibição da minha mãe em deixar-me entrar no cemitério. Durante o enterro ficámos as duas a olhar para o fundo de um poço velho, em silêncio. Acho que foi o único momento do dia que não preenchemos com palavras.
Houve ainda um almoço de família onde, contrariamente ao esperado, couberam risos numa sala enlutada.
Nunca percebi o facto do meu avô ter conseguido esconder o sofrimento que estava a sentir na altura, com a perda da sua mãe. Hoje em dia, ele revela mais essa faceta de desgostos passados do que na própria altura.
Percebo agora que era muito nova para compreender o que realmente se passava, pois a ideia de que não voltaria a ver a minha bisavó não me passava pela cabeça.
O que não chorei na altura, guardei para chorar nos dias de hoje, sempre que dela me lembro.
Acredito que a idade nos faz lidar de forma diferente com as perdas que vamos sofrendo. Actualmente já não sou uma criança, para ignorar o que se passa, mas ainda não sou suficientemente velha para aceitar essas perdas com tranquilidade.
O que sinto, nos dias de hoje, é medo. Tenho medo de perder as pessoas que conheço desde que nasci e que amo profundamente. Tenho medo de perder as pessoas que entraram na minha vida e as quais acolhi no meu coração, como se sempre lá tivessem estado.
Perdê-las implicará, sempre, perder uma parte de mim.
Agora a questão é, em quem nos tornamos nós quando as viagens, de quem amamos, não permitem um retorno, em sossego, de novo até casa?!

Porque um gato sabe sempre o seu caminho de volta.


O gato, a meio da noite, volta a casa pelos telhados, tem a lua à sua espera e a sua amada em cuidados.

sábado, novembro 11, 2006

Não sou a única e isso é um conforto.

Variadas pessoas vieram até este blog pesquisando por “lista de nomes carinhosos”.
Ora bem, isto só vem comprovar que esta tradição, de arranjar nomes personalizados numa relação, não é tão fácil quanto nos querem fazer crer.
A todos eles o meu abraço de solidariedade e um muito obrigado por mostrarem que, nesta luta, não estou sozinha.

Hoje, sinto-me como se chovesse,....

Hoje preciso de me sentir especial.
Preciso que me abracem até eu perder o fôlego e que me beijem repetidamente. Que alguém me carregue no colo e me segrede o quão especial sou. Escondam-me debaixo um chapéu de chuva e corram comigo para o abrigo mais próximo. Não me levem a sério e façam-me rir até a barriga doer. Dêem-me a mão e apertem-na como se jamais a fossem soltar. Digam que poderei ser tudo o que desejar e que serei feliz.
Protejam-me das decisões que necessitam ser tomadas e de todos os socorros que me sinto obrigada a prestar. Perguntem-me o que quero que o Pai Natal traga e peçam-me ajuda para montar a árvore na sala. Passem a vossa mão pelo meu cabelo, ao mesmo tempo que sorriem, como se antecipassem um belo futuro à minha frente.
Porque, por vezes, precisamos desejar ter a nossa infância de volta.
Porque se nos esquecermos de como éramos, jamais saberemos construir o desejámos ser.

Raul Midon- Sunshine


"Sunshine when you're with me I can fly
Sunshine when you're with me I can fly

Everyday I wonder why
Peace on earth's so hard to find
Real peace begins inside
In our hearts and in our minds
Hearts and minds begin to see
That one and all means you and me
And what we know can set us free
Rearrange reality
Reality is what we know
We can change a river's flow
Plant a seed, watch it grow
Build a shelter, build a home
Home is where my heart will stay
Even when I'm far away
Makes no difference what they say
As long as you will be my sunshine

Sunshine when you're with me I can fly
Sunshine when you're with me I can fly

When I'm feeling sad and low
And I'm not sure where to go
And all the good times that I've known
Have gone and left me all alone
All alone I'll never be
Long as you are here with me
You're in everything I see
And everything I'm doing
All I do I do for you
You're my sun, you're my moon
Every lazy afternoon
You're my inspiration
Inspiration lights the way
Brings a sparkle to each day
Makes the dark clouds go away
Let us let the children play (...)"

Porque há boatos que merecem ser ouvidos.

"Não é que não acredite no amor à primeira vista; tenho é profundo receio da informação que a minha miopia me possa estar a sonegar." AB


No Boato aqui ao lado

quarta-feira, novembro 08, 2006

Porque hoje é dia de posts curtos

Se uma chuvada de descrença atingir os, poucos, que ainda acreditam no amor e destruírem as suas plantações de encantamento, poderá o Governo ajudá-los com subsídios?

No caminho da suposição

A maior sorte de um desabafo choroso é encontrar um ombro que não lhe peça para parar.

terça-feira, novembro 07, 2006

O optimismo é uma coisa linda!!

segunda-feira, novembro 06, 2006

E depois de crescermos ainda acreditamos em bruxas más.

Sempre fui uma defensora da teoria de que bastam 5 minutos para sabermos se queremos ser amigos de alguém.
Existem pessoas pelas quais somos imediatamente conquistados, outras que nos são indiferentes, umas com as quais não simpatizamos e outras que nem sequer suportamos.
Admito que não seja a melhor pessoa para defender a ideia de que a primeira impressão é que conta, até porque a maioria das pessoas não gosta logo de mim. Muitos amigos meus confessam que me detestaram à primeira vista, achando que eu era arrogante e insuportavelmente gozona.
Em minha defesa tenho a dizer que não sou insuportável antes de qualquer tipo de adjectivo e que arrogante chamamos a todas as pessoas que não nos dão qualquer tipo de atenção especial. Dito isto conquistei mais umas antipatias, certo?!
Bom, a verdade é que sou uma tímida disfarçada e isso as pessoas não compreendem. Não gosto de contar toda a minha vida nos primeiros 20 minutos nem de confiar em alguém com quem troquei apenas meia dúzia de palavras. Não sou fácil mas tenho uma característica da qual muito me orgulho e que me safa de alguns ataques de mau génio, é que no final das contas sou boa pessoa.
Tendo a minha defesa feita, passo à questão que me leva a escrever este post.
Na semana passada conheci uma pessoa a qual detestei passado segundos. É alguém cujo efeito da sua presença se torna difícil de explicar.
Primeiro existe um olhar maldoso e nem sequer escolhi a palavra errada, maldoso é mesmo o termo. Depois, cada palavra que sai da sua boca parece direccionada ao ponto fraco de cada um, com o intuito de magoar o mais possível. O próprio tom de voz é, para além de irritante, cortante. Não há nada de positivo, de bom, de carinhoso. Não há qualquer empatia possível. Engana-se nos nomes de quem quer chamar, parecendo que pretende tirar aos outros uma identidade que lhe falta a ela. Os segredinhos ao ouvido, forma intriguista de comunicar, são constantes. A melhor maneira de explicar, resumidamente, o que senti é dizendo que ela me fez acreditar que as histórias das bruxas más não são invenções e que foram escritas baseando-se em pessoas assim.
Como forma de explicar estas simpatias e antipatias, originadas nos primeiros minutos, algumas pessoas usam a teoria das energias positivas/negativas, outras a dos signos e outras baseiam-se ainda no sexto sentido.
Na verdade não sei em que grupo me encaixar, mas se alguém me faz sentir indisposta e arrepiada, com a sua presença, talvez não seja mesmo um bom sinal, qualquer que seja a explicação para isso....não acham?!

Go to this blog,....

Finalmente alguém conseguiu colocar David Caruso expressivo.


Vejam aqui:http://gatochy.blogspot.com/

E o resultado do jogo de ontem foi,.........

Ontem fui seduzida, por um membro fanático, a assistir ao jogo do Benfica.
Obviamente que posso apenas dar a perspectiva feminina sobre o jogo e nada de comentários profissionais.
Em primeiro lugar quero agradecer a existência do Ricardo Rocha. Amigo, acredito no teu potencial para encher as bancadas do estádio da Luz com público feminino. Força, que apoio não te faltará nessa missão.
Depois, que raio de equipa consegue ter nomes de jogadores como Torrão, Buba, Leitão, Ratinho? Penso que mereceram perder, mais que não fosse porque aquilo não é uma equipa, mas uma união de bichos com comida e bebida. Haverá promiscuidade maior?!
A verdade é que enquanto os membros masculinos do local estão atentos ao jogo, eu estou atenta a eles e reparo nos três géneros presentes:
- O fanático que se tenta conter. Começa com sussurros, passando, daí a minutos, numa jogada mais complicada, a um tom mais alto, tentando puxar pela equipa, a qual acredita que o ouve. Paixão será a palavra para o definir.
- O que sofre através de suspiros. Nunca levanta o tom de voz, nem na desgraça nem na alegria. De vez em quando ouvem-se sons internos que pretendem ser reacções profundas a uma jogada mais intensa.
- E o que nega desde o início que a sua equipa possa ganhar o jogo, acho que se pode chamar a isto a negação em busca do caminho da vitória. Ele crê que não tendo esperança, o destino o vai trair, e a sua equipa irá então ganhar.

Depois disto pergunto, mais algum homem me convidará para assistir com ele a uma partida de futebol?!