Mais um "será?" para acrescentar aos anteriores
Será a nossa vida amorosa presente, um reflexo de todos os nossos relacionamentos frustrados do passado?!
Bom, acho que a resposta salta à vista para cada um de nós, sendo que ninguém passa incólume ao amor e essa é uma terrível verdade. Este sentimento leva-nos a extremos, estamos muito bem como podemos estar muito mal, graças a ele.
Na verdade, mesmo que um relacionamento termine da forma mais cordial teremos, por uns tempos, a estranha sensação de fracasso e de tristeza a acompanhar-nos.
Se pensarmos bem um final nunca é feliz. O final corresponde ao acabar de alguma coisa que em tempos desejámos começar. O único final feliz possível é o dos filmes, isto porque eles terminam as filmagens no momento da grande paixão inicial.
Acho mesmo que a forma como tratamos o nosso novo amor vai ser condicionada pelos medos que o anterior nos deixou. Alguns de nós ficam com o medo de arriscar, outros de errar de novo e, outros ainda, acham que será impossível confiar em outrém novamente.
Fico a pensar, será que os maiores cínicos emocionais terão sido os que mais amaram em dias passados? Terão sofrido tais desgostos amorosos que acharam que só conseguiriam prosseguir se perdessem a fé no amor?
Na verdade, não creio no cinismo total. Todos queremos ser amados, a diferença é que uns assumem-no e procuram-no em cada esquina, sem medos, enquanto outros preferem adoptar uma atitude distante e fria acreditando que assim afastam o sofrimento. Qual de nós não deseja acreditar na possibilidade de viver um grande amor, mesmo que jamais o tenha dito em voz alta?!
A questão que se pode colocar é como vamos lidar com quem sofreu mais que nós e que nos encara como representantes de todo um sexo manipulador e interesseiro?!
Será justo seremos julgados pelo que outros, bem diferentes de nós, fizeram? Creio que não o será mas acredito também que é nesta altura que temos de marcar a nossa diferença. A cada dia resta-nos ser nós próprios e mostrarmos que somos os do género que fica, os que não abandonam o barco, nem quando este balança em águas turbulentas, apesar de não podermos garantir a ausência da cara de enjoo. Somos seguros acerca do que sentimos e do que dizemos, portanto a afirmação de que “isto é especial” nunca será dita em vão. Achamos que vamos ser felizes para a vida e não estamos dispostos a abrir mão do que temos. Somos aqueles que ganham uma paciência que não têm em nome de uma conquista diária. Tornamo-nos nas pessoas que querem ficar com eles para sempre. Desejamos fazê-los crer que isso é possível, esse estranho fenómeno do amor para sempre.
Porque, quando ao lado da pessoa certa, para sempre nem é muito tempo.