Muitas mentes masculinas poderão ficar esclarecidas depois deste post.
Existem fenómenos, no mundo feminino, que os homens jamais compreenderão por mais que os expliquemos. Fazem parte destes, o parto, as lágrimas em filmes românticos, a alegria de comprar roupa/sapatos, a diferença que faz um corte milimétrico de cabelo, usar sapatos que magoam só porque são bonitos, o porquê de ficar intrigada com uma resposta aparentemente normal e muitas, muitas, outras coisas.
Porém, acho que com alguma paciência, calma e argúcia alguns exemplares masculinos compreenderiam as questões anteriormente citadas, menos uma: a consequência de uma troca de sapatos.
Passo a explicar. Imaginemos que vamos ter um encontro à noite, escolhemos a nossa roupa, o perfume, a bijuteria, está tudo decidido. Tomamos um banho e vestimo-nos. Desde a hora em que se combinou a saída, até ao momento em que nos encontramos na sala, arranjadas, à espera do rapaz, passaram umas boas 3 a 4 horas.
Sentamo-nos no sofá, tentando não amarrotar a roupa, ligamos e desligamos a tv, ligamos e desligamos a música, olhamos em volta. Neste olhar casual, reparamos que os sapatos não ficaram a combinar tão bem quanto tínhamos previsto. Voltamos para o quarto, olhamo-nos ao espelho e a coisa confirma-se, já não gostamos de ver ali “aquela dupla”. A indecisão surge, ou vamos assim, sabendo que iremos passar a noite desconfortáveis, ou arriscamos trocar toda a roupa sabendo que a nossa companhia não deve tardar em bater à porta. Decidimos manter-nos como estamos. Voltamos à sala. Ele ainda não chegou. Ok, voltamos ao quarto e trocamos de roupa. Uma troca de sapatos jamais será suficiente, porque depois já nada combina com nada. Seria como tirar a peruca ao Marquês de Pombal ,que sem ela, perderia mais de metade do efeito da sua toillete. Vasculhamos o armário e acabamos por colocar umas tantas camisolas e calças/saias para cima da cama e decidimos sobre pressão. Barulho da campainha, ele acabou de chegar e nós só de roupa interior. Vestimos a indumentária final à pressa e calçamos outros sapatos, estes sim os ideais.
Vimo-nos ao espelho. Tudo bem. Oh,oh, temos de tirar a maquilhagem que já não é da cor apropriada. Escutamos uma voz vinda dos confins “ainda te estás a vestir?!”. Ignoramo-la. Tirar pintura e colocar outra. Agora sim, terminámos. Finalmente saímos de casa, ignorando referências à nossa demora, e temos uma boa noite, sem neuroses, porque tivemos a sabedoria de descalçar os sapatos infernais.
No final, só quero que os homens compreendam uma coisa, tudo isto poderia ser evitado se simplesmente tivessem chegado a horas.
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