sábado, setembro 23, 2006

Acha que a palavra TATICOGRAFIA é complicada? Então este post é para si!

Amo-te é a mãe das palavras complicadas.
Acho que se este post terminasse por aqui eu conseguiria uma concordância de 100% em relação a todos os leitores, porém, vou arriscar e opinar sobre tal assunto.
Primeiro que tudo, creio que esta é uma das palavras que as mulheres têm no seu Top de “desejo escutar isto”, juntamente com “o seu saldo bancário é infinito” e “a loja é toda sua”.
Um aspecto curioso sobre o “amo-te” é que ele pode ser usado nas mais variadas ocasiões, com as mais diversas intenções e os resultados mais distintos.
Existem as pessoas que nunca o dizem em primeiro lugar. Preferem resguardar-se, vêem essa palavra como uma demonstração de fragilidade, ou então, o medo de não existir o reflexo do espelho é maior do que a vontade de arriscar. Ama-se mas troca-se isso, simpaticamente, por um “gosto de ti” ou “adoro-te”.
Outros adoptam-na como a sua palavra chave de conquista do sexo oposto. Usam e abusam dela e, por isso mesmo, já se esqueceram do que significa na verdade.
Ainda conheço o género do “amo-te” nas primeiras 48 horas. A diferença destes, para os anteriores, é que acreditam piamente no que dizem. É preciso amar e dizê-lo repetidamente, rapidamente, porque todos os amores podem ser os da “sua vida” e não há tempo a desperdiçar.
Depois disto convém referir que as mulheres são complicadas (outro momento de 100% de concordância).
Algumas (a maioria?!) sentem-se inseguras até que esta palavra lhes seja dita ao ouvido. Não basta que gostem delas, é preciso que lho digam. O homem poderá passar o dia com carinhos, com demonstrações de amor, porém, se não se atrever a pronunciar tal palavra, a dúvida irá pairar sempre no cérebro feminino.
Talvez exista um qualquer protocolo assinado, desde a pré-história, dizendo que a função do homem é evitar verbalizar o “amo-te” pelo maior período de tempo possível, enquanto o da mulher será o oposto.
Creio que este acordo ainda não mudou, nos dias de hoje, por uma razão muito simples, trata-se da conspiração das lojas de peluches. Vejamos, os homens para tentarem contornar a palavra dita, optam pela palavra escrita, assim, em cada ocasião na qual se sentem “forçados” a deixar sair um “amo-te” optam, tacticamente, por comprar um boneco com a tal palavra escrita no peito. Desta forma ficam todos felizes, ele porque se acha inteligente com tal solução, ela porque fica a acreditar que é amada e as lojas que agradecem o lucro.
Penso que talvez consigamos quebrar este ciclo de duas formas, uma é dizendo-o apenas a quem realmente o merece, a outra é preferindo o gesto à palavra, que muitas vezes consegue disfarçar o que um corpo junto ao outro torna impossível de esconder, ou seja, o amor ou o desamor.


Aviso: Este texto não foi patrocinado pelo Pedro Miguel Ramos nem este blog pretende fazer parte da cadeia “Amo.te”.