E hoje, o remorso terminou.
Hoje ouvi dizer que o meu ex-namorado casou.
Num curto resumo, posso dizer que o nosso relacionamento terminou à cerca de 3 anos atrás, sem qualquer tipo de discussão ou comportamentos menos correctos. Apesar disso, não mantemos o que se pode chamar de amizade, limitamos o nosso contacto a uma simpática mensagem de aniversário, apenas e só. Acho que quando fomos tão íntimos de alguém se torna complicado fazer dessa pessoa uma amiga, como qualquer outra, sem que exista algum embaraço ou confusão à mistura.
A verdade é que ele começou a namorar uma rapariga de 17 anos, muito teimosa, cheia de si e que acreditava que tinha sempre razão. Terminou o namoro com uma de 20 anos, que ainda não sabia o que queria, mas que tinha a certeza que não era o relacionamento que estava a ter.
Uma vez que a decisão de terminar partiu de mim, confesso que carreguei, até hoje, uma certa sensação de culpa. Esta atitude pode até sugerir algum egocentrismo, porém, a verdade é que sei que o magoei e custou-me lidar com isso. Lembro-me de, dias antes de conversar com ele sobre a separação, me recriminar por não gostar dele o suficiente. Culpei-me por não desejar partilhar os seus projectos de futuro comigo, de desejar que ele fosse tudo o que não era. A minha família e amigos gostavam dele, então porque raio tinha eu perdido o encantamento?! Sentia-me cada vez pior e, apesar de ele o saber, nunca se atreveu a dar o primeiro passo, a perguntar o que se passava. A certa altura percebi que a situação não era justa para nenhum, eu não era feliz e jamais o conseguiria fazer feliz a ele. Como não sei lidar com a mentira fui obrigada a enfrentar a verdade. Ele fez parte da minha vida durante 3 anos e em uma hora expulsei-o dela.
Não me arrependo de tudo o que passámos juntos, aliás, voltaria a fazer as mesmas escolhas porque foi graças a elas que cresci. Hoje, ao saber desta notícia, sinto-me feliz. Sei que ele queria casar e ter filhos, portanto espero que tenha encontrado a pessoa certa para isso.
Após o final deste namoro fiquei muito tempo sem me querer envolver com alguém, apenas por medo. Pensava que qualquer relacionamento que tivesse ia terminar e não queria passar por isso de novo, não queria sofrer tudo o que tinha sofrido. A certa altura esse receio desapareceu. Acho que cresci e percebi melhor o funcionamento da vida. Compreendi que pela pessoa certa vale a pena arriscar.
Passei muito tempo sozinha, o que me permitiu conhecer a mim mesma. Comprometi-me a não me conformar com namoros que não causassem taquicardias, a não preferir a segurança ao risco sentimental. Finalmente sabia o que procurava e não me ia contentar com algo menos que isso.
Posso dizer, sem falsas modéstias, que hoje sou uma pessoa muito melhor que era antes. Estou mais velha, facto que me permite ter cometido erros no passado e ter já sabedoria para não os repetir no presente.
Recentemente a vida fez-me o favor de me dar a conhecer a sensação de “perder o chão”, coisa que jamais havia sentido. Através de algumas coincidências encontrei a pessoa que me faz feliz de forma inexplicável. Graças a ele tenho um sorriso tonto nos lábios e a certeza de conhecer, agora sim, o significado de amor. Compreendi o que se sente no fundo do peito, quando se acredita que ele pode ser “o tal”. Não posso garantir que vai tudo correr bem, que ficaremos juntos para sempre, no entanto, uma coisa eu posso assegurar, é que ele vale o risco.
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