domingo, fevereiro 25, 2007

Pode a minha metade estar fora de mim?

Nunca pensei que fosse tão simples sentir-me completa na presença da minha metade.
Há metades que exageram, que complicam, que desgostam, mas a minha metade não, a minha metade torna-me melhor, muito melhor do que alguma vez fui.
Há metades que nos fazem desejar voltar a ser incompletos e isso não tem nada a ver com amor. Tem a ver com incompatibilidade. Ao longo do tempo percebo que amar alguém não basta. Não quero saber das bonitas frases de filmes mas um amor não sobrevive a incompatibilidades que nos obrigam a discutir e a discordar todos os dias.
O que dificulta o encontro, com a parte que nos falta, é que não basta que nos apaixonemos por ela, temos de nos integrar e ser por ela integrados.
Eu amo a minha metade, vivo-a como ela merece ser vivida, como o grande amor da minha vida. Posso viver todas as partes de mim em frente dela, expondo-me ao ridículo, expondo-me ao choro, expondo-me a ele, ao meu amor. Só ele fazendo parte de mim é que pode ver tudo aquilo que sou, toda a loucura momentânea e toda a fragilidade escondida.
Na realidade, por mais que eu queira, jamais conseguirei ter palavras para a minha metade. E, na verdade, espero que ela também não consiga ter palavras para mim.