sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Post desconexo mas ainda assim um post

Nem sempre precisamos abandonar uma casa para abandonarmos os nossos fantasmas. Ou precisaremos?
Mas a grande questão é, será que realmente os abandonamos ou simplesmente fechamos os olhos de cada vez que com eles nos deparamos?
O problema destes é que eles não estão presentes na realidade, apenas na memória, o que dificulta as coisas, afinal a realidade pode ser destruída com mais facilidade que a mente. Sempre que fingimos ter enterrado um problema, mas não o fizemos realmente, estamos a construir o caminho ideal para sermos assombrados no futuro.
Será que faz parte da vida construir caminhos, destruí-los, lamentá-los e sermos, posteriormente, alimentados por frustrações passadas que nos servem de desculpa para não arriscar? Serão os fantasmas que construímos indestrutíveis por nós mesmos? Será que precisamos de recorrer a outrém para que este destrua o que andámos a alimentar?
Poderemos nós viver com fantasmas alheios que parecem ser mais fortes que os nossos próprios? Poderemos nós assassinar assombrações de terceiros de forma a vivermos uma vida desassombrada?
Na verdade, sempre temi mais as figuras imaginadas, as que se mantêm na memória e cuja realidade não destrona. Para mim soam-me sempre a figuras gélidas, a pessoas estáticas cujo bem ou mal que nos fizeram jamais poderá ser apagado.
E tanto o bem, quanto o mal, ficam assinalados para sempre nas casas onde os fantasmas insistem em morar.