quarta-feira, julho 19, 2006

Dalai Lama - Once more

“Não tomem nada do que eu digo como verdade só porque fui eu que disse; só porque pareço respeitável e o ensinamento parece sagrado. Examinem com seu intelecto e, se lhes parecer verdadeiro, então apliquem à sua própria mente. Se não, não faz sentido".
Dalai Lama
Ora cá está um homem que me faria adquirir fé numa religião.
Na minha opinião, a religião deveria ser uma fonte de força e alegria para quem nela acredita e jamais usada como origem de punições, perseguições e guerras.
Recuso-me a acreditar que um homem igual a tantos outros possa ser olhado como perfeito apenas porque usa uma batina, sendo que este é tão passível de cometer erros como qualquer um de nós.
Recuso-me a acreditar que um homem igual a tantos outros nos queira fazer crer em determinadas regras, tais como o não uso do preservativo, porque um ser superior assim o exige.
Recuso-me a acreditar que não são os homens que querem as suas igrejas cheias de ouro em oposição a gastar esse mesmo dinheiro com os seus crentes mais necessitados.
Na verdade não sei se existe um ser superior ou não. Não sei se, caso exista, este tem o nome de Deus ou Alá, na verdade, apenas sei que os homens que os representam no mundo terreno não o fazem da melhor forma.
Incomodam-me os rituais, as regras, as imposições e a recusa em compreender o mundo do século XXI.
Admiro as pessoas que conseguem acreditar que têm alguém a olhar por elas, alguém que as conforta e ajuda a seguir em frente. Isso sim, para mim é a verdadeira fé.
Caso Deus exista, acho que jamais vai precisar de intermediários para ouvir quem nele crê. Os verdadeiros crentes serão os que fazem o correcto, os que com Ele falam sabendo-se escutados e que se sentem sempre acompanhados, esse sim, parece-me o lado bonito da religião.
Não quero acreditar num Deus que castiga, que pune, que ignora as barbaridades que se cometem todos os dias, em tantos lugares, prefiro, em vez disso, crer que todos nós temos o poder de mudar o que se passa à nossa volta. Pena que na maioria dos casos passemos a nossa responsabilidade para algo não palpável, preferindo manter-nos sentados à espera de melhores dias.
O que me cativa no budismo é o facto deste acreditar na capacidade de o homem se tornar um ser melhor, mais espiritual, mais solidário, sem precisar de acreditar cegamente em alguém que não ele mesmo. A ideia é melhorar-se a si mesmo ao longo da vida.
Acho que um dia sentirei a necessidade de deixar de ser a pessoa descrente dos dias de hoje e nessa altura, provavelmente, o budismo será o caminho a seguir, porque me parece um trajecto que pode ser percorrido com calma, onde no final, nos tornaremos melhores caminhantes do que éramos à partida.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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8:15 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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10:56 da manhã  

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