segunda-feira, julho 17, 2006

E se tudo corre bem, o que vem por aí a correr mal?

Quando as coisas nos andam a correr bem, a mente trata de imaginar o que por aí virá de mau. Começamos a pensar em todo o tipo de desgraças possíveis e imagináveis, sendo que estas se vão tornando cada vez mais credíveis, com o passar do tempo.
Para dizer a verdade, nós não acreditamos que seja possível estar tudo tão bem connosco e que não nos seja tirado algo em troca.
Creio que todo este nosso medo surge do facto de atribuímos a nossa felicidade a algo externo a nós, sobre o qual não temos nenhum poder, nem para a manter nem para a terminar, e é aqui que erramos.
Existem pessoas que tendem a sabotar a sua própria felicidade, quando com ela confrontadas, afinal, nada mais assustador que ter o que sempre desejámos e não sabermos o que fazer no momento em que nos é exigida acção. E existirá medo maior do que encarar a transformação do que a imaginação desenhou como “perfeito” em algo real e palpável?!
Depois, existem os que “abrem os olhos” e percebem que está, praticamente, tudo nas suas mãos. Se, por fim, temos o que por tanto tempo desejámos, porque não aprender que somos nós os responsáveis por o manter, sabendo que devemos cuidar do que tanto gostamos, todos os dias, sem tempo para cometer erros mesquinhos e baseados em inseguranças. Deveríamos ter consciência de que as coisas são mais fáceis de ser obtidas do que mantidas. Que tudo o que é “grande” implica alguma dedicação, amor, responsabilidade e verdade. São as escolhas que fazemos que decidem se conseguiremos manter o que prezamos ou se o trocaremos por outra coisa qualquer, mais recente, mais jovem, mais cheia de novidades ou, até mesmo, mais vazia.
Claro que existem variáveis que jamais controlaremos, mas porque não assumir a nossa parte do “acordo”?!
Na verdade, apenas podemos assumir a responsabilidade das nossas acções e é isso que nos permite dormir descansados, sem remorsos nem arrependimentos, e seguir acreditando que a nossa felicidade será prolongada no tempo.
Quando se trata de um relacionamento, quer este seja de amizade ou amoroso, a manutenção da felicidade não depende apenas de nós, mas também do outro, de acreditar que ele valoriza tanto o que tem entre mãos quanto nós e que, por isso mesmo, vale a pena confiar nas escolhas deste.
Cada dia que passa torna-se mais complicado encontrar momentos felizes, andamos todos ocupados com outras coisas que nos preenchem a mente em detrimento de algo que nos pode preencher o coração.
No final, não seria tudo melhor, se assumíssemos o nosso papel e o desempenhássemos tão bem, que no final, a nossa peça só pudesse terminar com uma ovação em pé?!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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8:15 da manhã  

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