quarta-feira, julho 12, 2006

Homens, homens e mais homens

As feministas que me perdoem a frase seguinte mas continuo a preferir o mundo masculino ao feminino.
Sempre me lembro de ter mais amigos rapazes que raparigas. Ao longo do tempo isso foi-se equilibrando, porque as amizades femininas que fui fazendo revelaram-se de grande qualidade. Hoje em dia tenho amigas de verdade, nas quais confio totalmente e onde não existe espaço para competições nem inveja, sendo que isso é relativamente raro de encontrar entre mulheres.
Em criança, lembro-me do meu avô me levar a actividades bastante femininas, como futebol de salão, futebol onze, comícios políticos, festas onde as pessoas tinham por volta do triplo da minha idade e com as quais me habituei a falar.
O meu pai, por sua vez, levava-me à caça, onde eu tentava em vão salvar os pobres pássaros, a correr e a sujar-me pelos montes, a ler imenso, a apanhar grilos e a levantar-me sem choro de cada vez que caía. Fez-me apreciar o som de Bethânia, Variações, Ney e Chico Buarque. É a ele que devo o meu sentido de humor, o qual se torna muitas vezes inadequado e quase insensível, que conseguiu mostrar-me que cada acção minha influencia os outros e que devo tomar a opção correcta porque só isso me é permitido.
Foi a única pessoa na minha vida que me deu uma importante noção, a de que o que os outros pensam sobre nós não interessa para nada. Hoje em dia, nenhuma das minhas escolhas é influenciada por outras pessoas, pelo medo do “diz que disse”. Na verdade, só tenho de me respeitar a mim e aos meus familiares mais importantes, todos os outros podem pensar o que quiserem. O meu pai sempre soube equilibrar o lado de me preparar para um Mundo que não teria clemência comigo, com o lado dos gestos de amor e carinho, que me faziam sentir protegida de tudo o que me rodeava. Hoje, tenho o maior orgulho de ser parecida com ele, no entanto, ainda não lhe chego nem aos calcanhares, porque a minha cultura geral é menos de metade que a dele, porque a minha vontade de aprender é mais vezes ganha pela preguiça do que a dele e até o meu sentido crítico não é acentuado ao nível do seu.
Quando era criança achava que ele era o homem mais alto do Mundo, do meu ponto de vista, era mais alto que as árvores, agora, aos 23 anos sei que não será o mais alto, no entanto, tenho a certeza que será o maior homem do mundo que construí para mim.
Por certo que a minha admiração pelo universo masculino se deve ao meu pai e ao meu avô. Fico a pensar que tive dois grandes exemplos de homens e talvez, por isso mesmo, nunca me consegui contentar com os medianos de espírito. Provavelmente, sem o saberem, eles fizeram com que eu elevasse a fasquia tão alta que se tornou complicado encontrar alguém que a conseguisse atingir.
Neste post, falo da minha admiração pelos homens de verdade, daqueles que não se ofendem com a inteligência feminina e que não têm medo de amar apenas uma mulher.
Falo de todos os que não escondem o amor pelos seus filhos, passeando-os orgulhosamente pelo parque, exibindo um ar babado e orgulhoso. Refiro-me também aos homens que desejam proteger quem amam, de todos os males, mesmo sabendo que essa missão é quase impossível.
Grandes homens os que ainda mantêm certas utopias, que ainda sonham e que se riem de si mesmos. Dos que guardam segredos, escolhem silêncios e preparam conversas.
Dos que conseguem ter uma mente preparada para o humor e, ao mesmo tempo, um coração de poeta. Dos homens que amamos e que nos fazem sentir amadas em retorno. De todos os homens que ao entrarem na nossa vida trazem um sorriso extra ao que já existia.
Diz-se que os homens ficam fascinados pelas mulheres porque não percebem o universo destas. Eu vivo nele, rapazes, e garanto-vos, continuo a gostar mais do vosso.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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8:15 da manhã  

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