segunda-feira, junho 19, 2006

Gente estranha é o que por aí mais abunda

Todo o tipo de manipulação me incomoda, principalmente a que é tão óbvia que não permite outra coisa a não ser totalmente ignorada.
Obviamente que todos tentamos, alguma vez, convencer o outro a fazer algo que desejamos, aliás, esse tipo de acção é rotineira no nosso dia a dia, no entanto, pretendo referir-me à manipulação que se manifesta por considerar que os outros são burros ou ingénuos, e cujo objectivo resulta em vantagem apenas para o próprio que a pratica.
Ora tanta conversa para dizer que hoje senti que tentaram insultar a minha inteligência.
Um conhecido meu tratou de me encontrar “casualmente”. Claro que casualmente, neste contexto, significa estar às horas certas no caminho que faço até minha casa e trazer consigo uma “lembrança” especialmente feita para mim, segundo o próprio.
Trata-se de uma pessoa totalmente egocêntrica e que parece recusar um não como resposta. O que se torna estranho é que sei que já não sou eu que estou em causa, aliás, eu poderia ser manca, marreca e desdentada que isso não seria importante. Aqui, o relevante é apenas o seu ego.
Ele diz-me que se sente sozinho e que uma vez que eu também estou sozinha seriamos perfeitos um para o outro. Ora bem, se isso fosse motivo para eu ficar com alguém, digamos que teria bastante por onde escolher, logo, porquê limitar-me a ele?! Será que ainda não percebeu que pessoas sem companhia é o que não falta por aí?!
Não deixa de ser curioso o modo como ele me tenta dar a volta, e demonstra, em determinadas alturas, certa raiva pela minha “teimosia em não ver o óbvio”. Como posso eu recusar uma pessoa como ele, que já está formado, com a vida encaminhada, sociável e com sucesso profissional?! Bem, eu diria que a sua psicose poderia ser uma das respostas possíveis, mas ainda não me debrucei em profundidade sobre o assunto.
E é em alturas como esta que me sinto mais confortável com o grupo de bêbados, brasileiros e loucos do costume, pelo menos, esses não se escondem por detrás de uma aparente sanidade mental apoiada pelo prefixo Dr.