sábado, maio 06, 2006

"Bore, n.: A person who talks when you wish him to listen."

Ontem liguei a televisão e estava a dar o programa da Martha Stewart.
A única coisa que sabia desta senhora é que esteve presa por problemas fiscais e que é, simultaneamente, considerada a dona de casa perfeita pelos americanos.
Uma vez que nunca tinha visto o programa da dita senhora, decidi dar-lhe uma hipótese e não partir logo com ideias pré-definidas. Naquela tarde ela podia conquistar-me ou afastar-me de vez.
Devo confessar que esta minha tolerância durou entre 7 a 10 minutos. Foi como um mau encontro, em que logo nos primeiros segundos ficamos a saber que aquilo não vai dar em nada, nem sequer numa amizade mantida por cafés futuros.
Primeiro que tudo afligiu-me ver a convidada desse dia ser simpática e dizer piadas, obtendo da apresentadora apenas um sorriso usado e gasto acompanhado de uma frase de acordo apressado, provocado, talvez, pela ansiedade de que as luzes da ribalta se centrassem de novo na sua grande capacidade de fazer canapés. Quanto a mim imita muito mal o sentimento de empatia que tenta criar com os convidados, não me parece detentora de grande sentido de humor e por tudo isto não gostei nada daquele programa.
Parece-vos pouco?! Humm,....talvez seja, mas eu nunca disse que era fácil de agradar.
No entanto, quando me preparava para mudar de canal heis que surge o apelo para não o fazer, porque a seguir ao intervalo ela iria dizer uma das 30 coisas que toda a gente devia saber. Ora, como curiosa que sou, lá resisti à minha vontade de a trocar pelo People&Arts, porque já agora queria ver o que ia sair dali. Quando o programa retornou, fiquei a par da tal “coisa importante” e sabem do que se tratava? Sabem qual a coisa que vocês têm de saber fazer?! Que não podem morrer sem aprender?! Então, eu poupo-vos a necessidade de assistirem à repetição do programa e digo-vos: É a omelete perfeita. Só aqui aprendi duas coisas, a importância desconhecida da omelete no Mundo e que também ela pode ser perfeita.
O que andamos nós a comer por cá, são meras omeletes imperfeitas, cheias de altos e baixos, camadas irregulares de ovo, fiambre e cogumelos.
Confirma-se que a perfeição existe e que poderemos atingi-la através de simples instruções televisivas.