sábado, outubro 15, 2005

As minhas frequentes viagens de autocarro têm sempre alguma característica peculiar, desde a senhora que entrou a discutir, por causa da ordem da fila, que acabou por se sentar ao meu lado e através de olhares inquisidores pedia o meu apoio à sua causa, até um rapaz que costuma apanhar o mesmo autocarro que eu e que não consegue construir frases sem, pelo menos, três asneiras pelo meio.
Ontem sentei-me atrás de um senhor que tresandava a bagaço, ou qualquer outra bebida de altíssimo valor alcoólico. O cheiro era quase insuportável, mas eu mantive-me “firme e hirta” no meu assento.
Umas 5 a 6 paragens depois, eu já acreditava que o Mundo seria lindoooooooooo e que era um elefante cor de rosa que ia a conduzir o autocarro.
Acho que se me tivessem submetido a um teste de alcoolémia, naquela altura, o meu valor seria bastante acima do legal.
De repente, para minha alegria, o dito senhor sai na paragem do Rato. Mas como nenhuma felicidade dura para sempre, senta-se um senhor bastante grande ao meu lado. Até aí tudo corria bem, o pior foi quando o dito senhor começou a adormecer e a tombar para o meu lado, esmagando-me contra o vidro.
Decidi que deveria tomar uma atitude e dizer-lhe para tomar atenção, que me estava incomodar, que deveria ter em conta as outras pessoas e por aí fora, no entanto, remeti-me ao silêncio e limitei-me a fazer um movimento no banco, semelhante ao levantar, para o acordar cada vez que ele se aproximava. Como é óbvio isto só resultava por alguns segundos.
Nesta altura já eu amaldiçoava todos os transportes públicos à face da Terra,.............quando ele, para além de tombar para o meu lado, decide abrir a boca e o cheiro que dali “fugia” era em qualquer coisa semelhante ao da Doca-Pesca num dia de calor.
O pior, é que nestas alturas só me lembro de um professor meu que uma vez nos disse que não adianta de nada abrir janelas ou deixar de respirar, nos transportes públicos, quando alguém tosse ou espirra.
Para explicar melhor, o seu ponto de vista, disse-nos que se estivermos num campo de futebol e a pessoa da bancada oposta á nossa espirra, os micróbios conseguem chegar até nós.
Desde esse dia que estas aproximações nos autocarros me incomodam mais.
Actualmente o meu desejo é encontrar esse mesmo professor e que ele desminta a sua teoria.
E agora com a chegada do Inverno, esse desejo é cada vez maior,...............

P.S: Se alguém com conhecimentos médicos me puder ajudar ao dizer que o método do "conter a respiração" funciona, ficarei imensamente agradecida. Não é necessário certificado médico e cursos tirados no estrangeiro também contam.
Ora bolas, para quê ser tão exigente?!Desde que trabalhe num hospital, eu já acho a informação credível, portanto, assistentes médicas, conto convosco nesta minha busca de tranquilidade.