quarta-feira, junho 21, 2006

Sapo, Príncipe, ou Homem Real?!Em que acreditar?

Chega uma altura da nossa vida em que aprendemos que o príncipe encantado das história infantis não é real. Tomamos consciência de que nenhum homem nos poderá fazer feliz se nós, sozinhas, já não o tivermos conseguido ser.
Após essa lição, temos de aprender outra. Temos de decidir se vamos querer ficar com alguém, apenas para evitar a solidão, ou se devemos esperar por quem realmente faça o nosso coração bater mais forte.
Na realidade, ficarmos sozinhos não tem nada de assustador, aliás, tem uma grande vantagem, conseguimos conhecer-nos sem necessidade de pressas ou falsas expectativas.
Quando estamos vazios por dentro, não vale a pena procurar quem nos preencha porque essa capacidade é apenas nossa, não sendo tarefa para atribuir a outrém.
Depois existem os que já sabem o que é estar sozinho e dão-se bem com esse facto. Por um lado, podem ter desacreditado totalmente no amor, por outro, podem ainda esperar que ele lhes surja pela frente e vão ansiando, secretamente, por esse dia.
Quem é que já não se interrogou se vai encontrar alguém com quem o seu coração aprenda a bater compassado, num ritmo cadenciado e certeiro?!
Hoje em dia já não se lêem muitas histórias infantis que envolvam fadas, princesas, sapos e príncipes. Talvez esse seja um dos motivos para estarmos a ficar cínicos cada vez mais cedo. Aos vinte anos, enchemos o peito de ar e gritamos para quem quiser ouvir que o amor não existe, que as pessoas são todas fingidas e que andamos uns com os outros somente para evitar os longos anos de solidão que se avizinham. Criticamos quem assim não é e chamamos-lhes inocentes, infantis e ridículos.
Mas será que no final do dia, quando encostamos a cabeça na almofada, não gostamos todos de imaginar que existem pessoas que fazem com que cada minuto com elas valha a pena? Das quais nos lembramos ao deitar e ao acordar? Pode ser que um primeiro olhar ainda signifique alguma coisa especial, que exista quem descodifique o que se esconde por detrás de um sorriso e que consiga fazer de um momento de silêncio o momento perfeito. Será que ao menos, a estas pessoas, não podemos conceder o rótulo de “príncipe” ou “princesa” da nossa vida? Porque afinal o que sentimos por elas é encanto e isso é palavra obrigatória numa história de fantasia.
E no final, mesmo que o encantamento tenha durado apenas uns dias, um mês ou um ano, o que interessa é tê-lo vivido, porque nunca saberemos se será o único momento na nossa vida em que conseguimos acreditar que existe algo por trás das coincidências e que afinal, sempre temos um destino, feliz, traçado para nós.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quando o homem é muito feliz, fica sozinho; e fica igualmente sozinho quando é muito infeliz.

"Tio Angel", Panait Istrati

12:15 da manhã  

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