segunda-feira, abril 24, 2006

Dar queca ou não dar queca?!

Depois de muito tempo a andar de autocarro já pouco me faltava ouvir em relação a conversas estranhas, desde pedidos de casamento a discussões monumentais, pensava já ter presenciado de tudo, contudo, estava enganada.
Acredito que hoje o ciclo se completou, ao ouvir a conversa de duas raparigas sentadas atrás de mim.
Estava eu muito entretida a olhar pela janela, quando de repente ouço uma delas perguntar á outra se deveria ir para a cama com o Sérgio.
Não sei porquê mas quando ouvi isto só me lembrei que se a vida fosse um musical a resposta surgiria sob a forma cantada, em que todos daríamos a nossa opinião, ao mesmo tempo que desempenhávamos uma coreografia coordenada e exibíamos roupas de tal forma brilhantes que cegassem quem tentasse olhar mais do que duas vezes para nós.
Passado o delírio, provocado provavelmente por falta de açúcar no sangue, fico atenta à resposta da amiga, que sai sob a forma de um “ele até gosta de ti. Vai, sempre lhe dás mais prática. Sim, porque ele com aquele ar não vai muito longe”. Após um breve momento de riso, a interessada responde “Coitado, ele é querido. E já me fez tantos favores,...e tou sozinha á bué tempo, com ele sempre atrás de mim....”.
Infelizmente tive de sair na paragem seguinte, por isso, não posso afirmar que o Sérgio “vá ter sorte”, mas acho que as coisas estavam a caminhar para bom porto.
Pobre rapaz, fiquei a torcer por ele, afinal a ter a sua vida sexual discutida num autocarro, se não lhe trouxer mais nada de bom, que ao menos sirva para lhe arranjar algum sentimento de simpatia, mesmo que de pessoas estranhas,....
Para terminar, quero reforçar a minha esperança na humanidade, pois enquanto existirem raparigas a oferecerem quecas de misericórdia o Mundo não estará perdido.

Post dedicado a todos os Sérgios do Mundo (ou a todos em Portugal a que esta moça possa ajudar).