terça-feira, abril 11, 2006

Sempre a aprender,.........

Uma prima minha tinha uma pequena festa de trabalho para a qual não queria ir sozinha, após a recusa do namorado, ela tratou de virar o seu poder de persuasão para mim.
Aceitei fazer-lhe companhia, se bem que contrariada, mas fui com a ideia de que seria uma experiência semelhante a assistir á programação da RTP memória, em que não conheço ninguém mas sempre dá para rir.
Quando chegámos ela apresentou-me a um pequeno grupo de pessoas, com as quais fui posteriormente deixada sozinha. Ora bem, deixar-me apenas com pessoas que nunca vi na vida não é a ideia mais brilhante do Mundo,....
Primeiro porque, nestes momentos, o meu cérebro pára automaticamente, o que não é o ideal para iniciar qualquer tipo de conversa. Fico com a sensação de que, se eu fosse um desenho animado, seriam audíveis os sons das rodas dentadas perras na minha cabeça.
Depois, sou adepta da teoria de que a primeira impressão é muito importante, assim, quando não simpatizo com alguém tenho grande dificuldade em disfarçá-lo, mantendo um sorriso bastante amarelo que não convence ninguém.
E não pensem que as coisas melhoram quando simpatizo com uma pessoa, porque aí fico com o síndroma de dizer imbecilidades de modo a não parecer imbecil. Parece-vos contraditório?! Talvez seja,....
Bem, retomando o assunto, fui deixada numa roda de 4 pessoas, cujo tema era um livro de citações que um deles tinha comprado quando esteve em Espanha. Num rasgo de inteligência confessei que gostava imenso de citações, o que encorajou o rapaz a mostrar-me o livro de forma “mais atenciosa”, digamos assim. O grupo de 4 passou rapidamente a grupo de 2,o que entediou ainda mais a minha noite,....heis senão quando sou salva pelo meu estranho humor. Li uma frase do Mark Twain que dizia “I thoroughly disapprove of duels. If a men should challenge me, I would take him kindly and forgivingly by the hand and lead him to a quiet place and kill him” o que conduziu a um momento incómodo quando comecei a rir. Ora o dono do livro não percebeu onde eu tinha visto a graça, então veio aquele momento, que se está a tornar habitual na minha vida, que é o de explicar as piadas.
Espero que toda a gente já tenha passado pela situação de dizer uma graça qualquer e a outra pessoa não perceber,....sabem então que existem sempre duas saídas possíveis, ou continuamos a conversa como se nada se tivesse passado, ou então, insistimos e explicamos a piada palavra a palavra, ou letra a letra, se for necessário.
Obviamente que no último caso, mesmo que fosse a melhor anedota do Mundo, depois de ser “retalhada” perde todo o encanto,.....
Mas começando pelo óbvio, sei que não sou propriamente fácil de conviver, à primeira vista, mas quem leva um livro para uma festa é porque acha que não consegue valer por si próprio, certo?!
Recordo-me do resto da noite como apenas um nuvem dissipada de tédio,.....nunca pensei que existissem pessoas com conversas tão fúteis após os 18 anos de idade.
Mas como dizem por aí, estamos sempre a aprender,............